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BIOCOMBUSTÍVEIS DESPERTAM INSTITUIÇÕES INGLESAS

A Inglaterra tem interesse em desenvolver pesquisas com a Embrapa, nas áreas de biocombustíveis, especialmente para o etanol. A Amazônia também é alvo.
Está aberto, até 19 de março, o processo de seleção para o aperfeiçoamento de curta duração no Reino Unido que faz parte do projeto “Inglaterra-Brasil: pesquisa com biocombustíveis de segunda geração”, aprovado em 2009, entre a Embrapa Agroenergia e Universidades e Centros de Pesquisa do Reino Unido.
Podem participar analistas e pesquisadores da Embrapa e das instituições parceiras do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária – SNPA. O projeto envolve o envio para o Reino Unido de até 15 profissionais, pelo período de 6 meses, para que desenvolvam pesquisas em laboratórios de centros de pesquisa.
Na primeira etapa do edital, foram selecionados quatro pesquisadores que, a partir desse mês, irão para a Inglaterra e Escócia. A pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Cristina Machado, será a primeira representante do grupo. A partir do dia 22 de março, ela estará na Universidade de Nottingham (Inglaterra), para acompanhar e desenvolver técnicas de processo fermentativo e isolar microrganismos para a produção de etanol de 2º geração.
Em parceria com a professora da Universidade, Katherine Smart, considerada referência mundial em metabolismo de leveduras, Cristina irá desenvolver técnicas que também serão aplicadas paralelamente nos trabalhos de laboratório da Embrapa Agroenergia.
A Inglaterra tem mostrado interesse em desenvolver pesquisas com a Embrapa, nas áreas de biocombustíveis, especialmente para o etanol. “Dessa forma, o acordo vai fortalecer essa parceria. É importante para a Embrapa e para eles”, aponta a pesquisadora. Para Cristina, a oportunidade pode abrir portas para que outros intercâmbios ocorram.
OUTRAS PESQUISAS
Além dela, os pesquisadores Hugo Molinari, da Embrapa Agroenergia e Cristiane Farinas, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, partem para o país britânico e o pesquisador Jonny Scherwinski, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, para a Escócia.
No Centro de Pesquisas de Rothamsted, Molinari irá desenvolver um trabalho que relaciona a diminuição da formação de interligações de ácido ferúlico entre as xilanas, com o aumento da digestibilidade e a facilidade na separação dos componentes da parede celular das gramíneas.
Para a Embrapa, ressalta o pesquisador, esta pesquisa trará oportunidade do compartilhamento de técnicas e metodologias vinculadas a esta nova abordagem, as quais poderão ser incorporadas às novas estratégias de manipulação da parede celular de espécies com importância econômica para o Brasil, como a cana-de-açúcar. Além disso, esta oportunidade de intercâmbio permitirá ganho de conhecimento na área de feruloilação da parede celular de gramíneas, que representam um importante alvo para a engenharia genética de culturas de interesse energético.
Na Inglaterra, Cristiane vai desenvolver, de junho a dezembro, um projeto sobre a especificidade de enzimas que atuam na hidrólise da parede celular vegetal junto ao “Programa Açúcares da Parede Celular”, da Universidade de Cambridge. Nesse trabalho, a pesquisadora pretende adquirir conhecimentos sobre os novos métodos de análise quantitativa da atividade enzimática, ao trabalhar com o grupo do Centro de Bioenergia Sustentável da Universidade.
Cristiane considera que essa experiência poderá contribuir para o desenvolvimento dos processos fermentativos, possibilitando uma avaliação mais rápida e eficiente da produtividade enzimática em função da variação das condições operacionais.
Já na Escócia, na Universidade de Dundee, Jonny irá trabalhar a partir de julho, com biologia celular e transformação genética de plantas. “Estaremos trabalhando na manipulação da síntese de alguns constituintes da parede celular, em especial a lignina, a partir de estratégias de transgenia utilizando como planta modelo a cevada”, explica o cientista. “Embora o trabalho a ser desenvolvido seja com uma planta que não é utilizada para etanol de 2º geração no Brasil, a aplicação prática no meu retorno ao País será a de usar estratégias similares inicialmente em cana-de-açúcar”, complementa.
Os profissionais interessados em participar desse intercâmbio podem obter mais informações na página da Embrapa Agroenergia www.cnpae.embrapa.br ou pelo telefone (61) 3448-1582, com o Luiz Carlos Rodrigues (Agência Amazônia, 9/3/10)