OPÇÔES DE IATF EM GADO LEITEIRO
Manter um bom desempenho reprodutivo nos rebanhos leiteiros, sem a utilização de ferramentas como a IATF (inseminação em tempo fixo) é possível, porém se faz necessário um programa efetivo de detecção de estro que identifique no mínimo 70% das vacas em cio. Infelizmente observadores de estro qualificados são cada vez mais raros, principalmente em rebanhos leiteiros com grande quantidade de animais. A utilização da sincronização e da IATF nos programas reprodutivos cresce proporcionalmente ao aumento da ineficiência e imprecisão da detecção de estro nos rebanhos.
Vacas com duas semanas pós-parto podem ingressar precisamente num programa de sincronização que permita taxas de prenhez aceitáveis e um mínimo de mão de obra. A grande variedade de protocolos pode ser uma armadilha para o produtor, entretanto esta variedade fornece flexibilidade para selecionar um programa que funcione dentro de determinado rebanho. É indispensável que os produtores trabalhem com veterinários e especialistas em reprodução para escolher o programa ideal para os seus rebanhos.
Qual é o melhor protocolo?
A boa noticia é que existem opções para o produtor que está considerando usar a IATF no primeiro serviço. Rebanhos com mais de 250 vacas geralmente iniciam a sincronização de um novo grupo a cada semana enquanto rebanhos menores iniciam novos grupos a cada 15 dias.
Um programa completo de sincronização consiste de três componentes:
· PreSynch (pré sincronização) – Sincronização prévia do ciclo antes de iniciar o protocolo de IATF;
· OvSynch (sincronização) – Sincronização que permite a IATF;
· ReSynch (ressincronização) – antes ou durante o diagnóstico de gestação visando o repasse com a utilização de IA.
PreSynch: O objetivo é colocar todas as vacas que entrarão no protocolo de sincronização no mesmo estágio do ciclo estral antes do início do protocolo:
· Duas aplicações de prostaglandina com intervalo de 11 ou 14 dias;
· A aplicação da segunda prostaglandina pode ocorrer 14 dias antes do início do OvSynch ou CoSynch se o proprietário desejar que as aplicações sejam sempre no mesmo dia da semana;
· A segunda aplicação de prostaglandina pode ser 11 ou 12 dias antes ao início do OvSynch ou CoSynch se o objetivo forem maiores taxas de concepção;
OvSynch: É o protocolo de IATF propriamente dito, eliminando a detecção do estro.
· A IATF deve ocorrer aproximadamente entre 8 e 18 horas após a segunda aplicação do GnRH;
· O intervalo entre a aplicação da prostaglandina e do segundo GnRH geralmente é de 48 horas, embora um intervalo de 56 horas possa proporcionar melhores índices de concepção.
CoSynch: Similar ao OvSynch mas com um manejo a menos.
· IATF no momento da aplicação do segundo GnRH;
· A diminuição no manejo diminui a mão de obra e pode melhorar a eficiência na realização do protocolo;
· A IA com detecção de estro entre a aplicação da prostaglandina e o segundo GnRH pode aumentar o sucesso.
ReSynch: Vacas que irão receber outro protocolo de IATF após diagnosticadas vazias.
· Rebanhos com excelente detecção de estro podem iniciar a re-sincronização no momento do diagnóstico de gestação:
o Vacas vazias são submetidas a uma aplicação de GnRH e sete dias após recebem uma dose de prostaglandina. 48 a 56 horas após a prostaglandina é aplicada a segunda dose de GnRH e então a IA é feita entre 8 e 18 horas após o segundo GnRH;
· Opção de injetar todas as vacas 7 dias antes do diagnóstico de gestação:
o Nas vacas que estiverem vazias no diagnóstico de gestação é aplicada prostaglandina, GnRH 56 horas após esta e IA entre 8 e 18 horas após o GnRH.
· O diagnóstico de gestação deve ser feito aproximadamente 30 dias apés a IATF.
O momento da IA deve ser o mais próximo possível ao momento previsto. Portanto, o protocolo deve ser baseado no número de vacas a inseminar, na mão de obra disponível e nas condições para o manejo.
A responsabilidade e obediência aos horários do programa são indispensáveis. Depois de definido o protocolo, a administração dos hormônios deve ser feita nas vacas certas e nos intervalos de tempo corretos. Quanto mais complicado o protocolo, maiores serão as chances de o procedimento falhar. Por exemplo, o protocolo PreSynch+Ovsynch requer que cada vaca receba 5 aplicações hormonais nos dias apropriados e na seqüência correta. A falha na administração de qualquer um destes hormônios, ou na ordem de administração resulta na falha do protocolo. Se a cada passo do protocolo 95% for feito corretamente, no final apenas 77,4% das vacas terão recebido o tratamento correto, o que não é aceitável. Quando se seleciona um protocolo de sincronização, dois fatores determinam o sucesso deste programa: vacas cíclicas, com boa condição corporal e exatidão no momento de realizar o protocolo.
Artigo escrito por Dr. Ray Nebel
Traduzido e adaptado por: Méd. Veterinário Felipe Escobar
Assistência Técnica Semeia Genética
OPÇÃO 1 – PreSynch(14 + 14) + OvSynch 72
D | S PGF2? | T | Q | Q | S | S |
D | S | T | Q | Q | S | S |
D | S PGF2? | T | Q | Q | S | S |
D | S | T | Q | Q | S | S |
D | S GnRH | T | Q | Q | S | S |
D | S PGF2? | T | Q | Q GnRH + IATF | S | S |
OPÇÃO 2 – PreSynch (14 + 11) + OvSynch56
D | S
| T | Q | Q PGF2? | S | S |
D | S | T | Q | Q | S | S |
D | S
| T | Q | Q PGF2? | S | S |
D | S | T | Q | Q | S | S |
D | S GnRH | T | Q | Q | S | S |
D | S PGF2? (am) | T | Q GnRH (pm) | Q IATF (am) | S | S |
Fonte: Semea Genética
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