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CARRO VERDE: COMUNICAR MELHOR E REDUZIR O PREÇO

É preciso que governo e empresas se unam para tornar o carro verde mais atraente e também mais barato para o consumidor.
A tarefa de explicar ao consumidor os benefícios dos automóveis verdes, em boa parte, cabe às montadoras. Assim como um vendedor, por orientação da empresa, usa diferentes estratégias de sedução com o cliente, enumerando itens como porta-malas espaçoso, ar-condicionado, direção hidráulica etc, também poderia informar o quanto o carro emite de carbono.
– A gente sabe a potência de um motor porque é divulgada pela indústria, mas sabemos quanto ele emite de carbono? Não, porque não temos acesso a esse tipo de informação – afirma Maurício Turra, da ESPM de São Paulo.
A responsabilidade pelo estímulo a esse mercado, entretanto, também recai sobre o governo. Uma possibilidade, indica Turra, é associar as decisões econômicas com o pensamento ambiental.
Um exemplo da falta dessa conexão foi a redução do IPI adotada pelo governo brasileiro logo após a crise financeira, no início de 2009. Enquanto no Brasil se decidiu por zerar o imposto para toda a produção, Alemanha e Japão ligaram o estímulo à potência de motor, dando mais desconto para os carros que emitem menos carbono.
– Tomamos muitas decisões econômicas sem pensar na questão ambiental – argumenta Turra.
MODELOS A ÁLCOOL SÃO MAIS ECOLÓGICOS
No final do ano passado, o governo brasileiro fez um movimento na direção de facilitar a escolha do consumidor mais consciente. Um grupo de trabalho, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, elaborou uma lista pontuando os veículos vendidos no Brasil de acordo com o grau de emissão de gases poluentes – a Nota Verde. O ranking apresentou um resultado favorável aos carros flex, que podem usar tanto gasolina quanto etanol.
Foram analisados 402 carros, que receberam pontuação de uma a cinco estrelas. Na lista, quanto menor a poluição causada maior a quantidade de estrelas. Apenas 22 carros ganharam cinco estrelas, todos eles flex e com motor de até 1.8 litro. Pouco tempo depois do lançamento, porém, a lista já está desatualizada, referindo-se apenas aos veículos produzidos em 2009.
Não tendo outra opção para saber o quanto o carro polui, vale prestar atenção nas características dos melhores pontuados pelo ministério. Somente os veículos com opção pelo etanol tiveram a nota máxima, porque a emissão do carbono por esse combustível é compensada pela absorção do gás feita pela cana-de-açúcar. Pelo critério adotado, nenhum carro a gasolina pode receber cinco estrelas (Zero Hora, 1/3/10)