BRASIL PROCESSARÁ 654 MIHÕES DE TONELADAS DE CANA EM 2010/11
O Brasil processará 654 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2010/2011, alta de 10,4% sobre as 594,47 milhões de toneladas moídas em 2009/2010, de acordo com a primeira revisão da safra, divulgada nesta segunda-feira (08) pela Datagro Consultoria no III Simpósio Datagro/Udop, em Araçatuba (SP). A moagem nas usinas e destilarias do Centro-Sul neste período deve saltar 10,8% entre os períodos, de 532,47 milhões de toneladas para 590 milhões de toneladas. Já a safra nordestina será de 64 milhões de toneladas, ante 62 milhões de toneladas no ano passado.
Segundo a Datagro, a safra 2010/2011 no Centro-Sul terá uma melhor produtividade e será mais alcooleira. A consultoria espera que a quantidade de açúcar total recuperável por tonelada de cana processada (ATR/t), que foi de 130,86 quilos (kg) em 2009/2010, chegue a 138 kg nesta safra, alta de 5,45%. Mesmo com a recuperação, a produtividade não atingirá os 142 quilos por tonelada registrados em 2008/09. A safra 2010/2011 do Centro-Sul terá 58% da matéria-prima processada destinada à produção de etanol e 42% para o açúcar, ante 57% e 43%, respectivamente, na safra passada.
De acordo com Guilherme Nastari, diretor da Datagro, a safra 2010/2011 ainda terá uma oferta muito maior de cana do que a que será efetivamente processada, incluindo as cerca de 56 milhões de t que não foram moídas em 2009/2010. Já o clima deve ter um cenário inverso na atual safra ante a passada. “O início do período será úmido, entre março e maio, ainda reflexo do El Niño, e o segundo semestre será de maior estiagem, por causa do fenômeno La Niña, o que deve ser bom para a qualidade da cana e ainda para a ampliar o período de processamento e tornar a safra longa”, disse Nastari.
Segundo ele, apesar do crescimento em 2010/2011, o ATR não voltará aos patamares de duas safras atrás porque cerca de 40% da cana-de-açúcar no Centro-Sul está “sedenta” de adubo e de herbicidas, ou seja, não teve um trato adequado na safra passada, em função da crise de liquidez. Outro fator impactante foi a colheita mecânica durante o período chuvoso do segundo semestre de 2009, que danificou até 20% da oferta de cana no período (Agência Estado, 8/3/10)