Vitivinicultura atrai a atenção de outros setores
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Advogados, engenheiros, pilotos, industriais de outros setores e até sojicultores sentiram o gosto por esse setor.
“É um glamour”, diz Santiago Santamaria, que trocou os campos de soja por uma pequena vinícola na província de Mendoza, a Melipal. “Alguns, no entanto, perdem dinheiro. Os investidores têm de estar preparados para o desafio e manter o projeto sustentável”, diz ele.
Outros, já experientes no setor, trocam a assessoria às empresas pela produção própria. É o caso do sul-africano Hans Vinding-Diers. Aos 40 anos e já com 43 colheitas de uva realizadas nos hemisférios Norte e Sul, montou a vinícola Noemia em pleno deserto da Patagônia.
Avesso à tecnologia no processo de fabricação de vinho, Vinding-Diers tem como parceira no projeto Noemi Marone Cinzano, que já possui uma vinícola na Toscana (Itália).
Vinding-Diers não esconde o desejo de assumir o desafio de produzir vinho no Brasil.
Cada região argentina de produção é um microclima que garante vinhos diferenciados e com características especiais, segundo Rolando Luppino, enólogo da Pascual Toso.
No Norte do país, os vinhedos estão a até 3.000 metros de altura. Na região de Cuyo, de 650 m a 1.400 m, enquanto na Patagônia ficam a 400 metros.
O país possui 230 mil hectares de vinhedos e uma das grandes vantagens são os baixos custos das lavouras.
Pouca chuva, clima seco e ventos dificultam o desenvolvimento de doenças. Já a grande amplitude térmica, com calor durante o dia e frio à noite, dá condições especiais para a maturação da fruta.
A favor, ainda, a Argentina tem a boa adaptação de variedades de uva como a malbec.
A vitivinicultura argentina vive, no entanto, uma série de dificuldades advindas da instabilidade da própria economia do país: câmbio, inflação, custos de matéria-prima e falta de crédito. Se repassar custos para preços, perde mercado; se não repassar, perde margem.
O país tem 1.332 vinícolas, das quais 400 estão aptas a exportar.
09/03/2010
Fonte:Folha de São Paulo
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