Países decidem ação imediata em florestas
Um grupo de 58 países reunidos ontem em Paris concordou em colocar para funcionar imediatamente um mecanismo para reduzir as emissões de gases-estufa por desmatamento -mesmo na ausência de um acordo global sobre emissões.
De quebra, elevou a verba disponível para a tarefa para US$ 4,5 bilhões, com a promessa de chegar a US$ 6 bilhões até maio. O dinheiro deverá ser investido em capacitação técnica e monitoramento de desmatamento tropical até 2012.
O objetivo da reunião foi estabelecer um mecanismo provisório para o Redd (Redução de Emissões por desmatamento), uma maneira de incluir a proteção às florestas no combate ao aquecimento global e compensar os países tropicais por isso. Apesar de um acordo para controlar emissões não ter sido firmado na conferência do clima de Copenhague, em dezembro passado, a maioria dos países acha que o Redd pode ser implementado já.
Nações como os EUA, a Noruega, a França e o Reino Unido já haviam disponibilizado US$ 3,5 bilhões para ações de Redd. Ontem, a Alemanha, o Banco Mundial e a Finlândia também coçaram o bolso, nas palavras do ministro do Meio Ambiente do Brasil, Carlos Minc, e colocaram mais US$ 1 bilhão.
Frustrante
Abrindo o encontro ontem, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que as florestas precisam de financiamento agressivo. Juntos, demonstraremos que é possível obter resultados mensuráveis e concretos, já neste ano, começando com a luta contra o desmatamento, declarou, chamando Copenhague de frustrante. Ele reiterou seu apelo por uma taxa sobre transações financeiras, que poderia financiar o combate à mudança do clima. Em Paris, foi formado um grupo de países (Austrália, Brasil, Papua-Nova Guiné, Noruega, Cong e França) para mapear os projetos de Redd existentes e identificar quem precisa de recursos e quanto.
Segundo Minc, uma próxima reunião em Oslo, em maio, deve definir um grupo de oito países que poderá direcionar a aplicação do dinheiro e selecionar projetos -algo como o comitê que supervisiona o Fundo Amazônia no Brasil.
A verba será canalizada por instituições já existentes, como o Fundo Ambiental Global, do Banco Mundial, e a FAO (órgão da ONU para a agricultura).
Minc definiu o espírito da reunião: É menos do que euforia, mas os países com floresta ficaram animados.
12/03/2010
Fonte:Folha de São Paulo
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