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UNIDUTO QUER REDUZIR CUSTO DE TRANSPORTE DO ÁLCOOL EM 40%

Com orçamento de US$ 1,2 bilhão, alcoolduto vai levar etanol do interior de São Paulo ao Porto de Santos.
A Uniduto – empresa criada por um consórcio de produtores de álcool para construir um alcoolduto ligando o interior de São Paulo ao Porto de Santos – deve apresentar o projeto da obra aos acionistas em meados de maio. Segundo o presidente da empresa, Sérgio Van Klaveren, o projeto, que é elaborado desde 2008, aponta para uma economia média entre 30% a 40% no transporte de etanol pelo duto em relação ao transporte rodoviário.
“A economia é maior à medida que o trajeto utilizado aumenta. Se os serviços portuários da Uniduto também forem utilizados, essa redução de custo poderá ser ainda maior”, disse. Segundo ele, essa redução foi calculada quilômetro a quilômetro para percursos acima de 100 km de distância. “Abaixo dessa distância, o duto não é competitivo.”
Depois da apresentação para os acionistas, se o projeto for aprovado, a empresa sairá em roadshow, organizado pelo Itaú BBA, entre junho e julho em busca de investidores. Hoje a Uniduto tem como acionistas doze grandes grupos do setor sucroalcooleiro detentores de cerca de 90 usinas responsáveis por um terço da produção brasileira de etanol. Os principais são Cosan, Copersucar e Crystalsev, cada um com participação de 26,17%.
Orçado em US$ 1,2 bilhão, o projeto prevê um alcoolduto de 600 quilômetros ligando Sertãozinho (SP) até o Porto de Santos. As obras devem começar entre o fim de 2010 e início de 2011. A previsão é de que o duto, com capacidade de transportar 17,5 bilhões de litros de etanol por ano, entre em operação em 2012. O executivo informa que poderão existir entre quatro e 14 frentes de trabalho operando ao mesmo tempo. “É uma capacidade bem superior ao produzido pelos acionistas, que gira em torno de nove bilhões de litros.”
A empresa está trabalhando com a operadora logística Embridge, do Canadá, que já possui experiência na operação de mais de 86 mil quilômetros de dutos e presta consultoria na realização do projeto. “No futuro, é possível que a Embridge acabe realizando a parte operacional dos dutos, como empresa terceirizada.”
O executivo diz que a compra das terras já está praticamente concluída. Do total orçado, R$ 114 milhões já foram investidos nesta primeira fase – metade aportada pelos acionistas. O duto passará por 47 municípios e terá quatro bases de coleta, em Botucatu, Anhembi, Serrana e Santa Bárbara D”Oeste. O desembarque será em Paulínia, Caieiras e Guarujá, onde será construído um porto “offshore” a seis quilômetros da costa.
Do total a ser investido, 70% serão captados no mercado financeiro, como dívida, e 30% virão de ações, com recursos aportados tanto pelos acionistas como também por um investidor estratégico. “Estamos procurando um investidor que tenha um perfil de longo prazo, como alguns fundos que investem em infraestrutura.” A empresa também vai apresentar o projeto para captação de recursos no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
REDUNDÂNCIAS
Van Klaveren admite que o projeto possui áreas em comum com os outros projetos de dutos apresentados pela PMCC, onde a Petrobrás possui participação, e pela Brenco, agora absorvida pela ETH. “Por exemplo, no trecho Ribeirão Preto- Paulínia, os três dutos percorrem o mesmo trecho”, disse. Para o executivo, essas “redundâncias” poderiam ser reduzidas. Ele afirma que não há, no momento, nenhuma negociação de associação, mas que não seria lógico construir três trechos diferentes quando poderia haver uma sinergia. “À medida que os projetos forem executados, a Uniduto e os outros terão de fazer essa reflexão.” (O Estado de S.Paulo, 13/3/10)