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Plantio antecipado com sucesso em Mato Grosso

 

plantio1Os produtores de soja de Mato Grosso mal esperaram o fim do vazio sanitário, em 15 de setembro, para começar o plantio da soja, que alcançou 6 milhões de hectares – área 36% maior que a dedicada à cultura pelo Paraná. A pressa, associada à opção por variedades precoces, foi para liberar as terras para o cultivo da segunda safra de milho, que começou ainda em dezembro. Arriscada em anos de seca, a estratégia funcionou bem nesta safra.

A produtividade ficou acima de 3 mil quilos por hectare e, em algumas regiões, se aproximou dos recordes de 2007/08. As previsões iniciais otimistas vêm se confirmando e o estado deve colher 18,8 milhões de toneladas da oleaginosa, apurou a Expedição Safra RPC. As chuvas estão exigindo interrupções na colheita, mas o espaço já liberado permite inclusive a expansão do plantio de milho.

As chuvas reduziram a exposição das lavouras ao sol e também trouxeram o temor de queda na produção. Porém, o problema não afetou tanto as plantas como se temia. Na região Sul do estado, por exemplo, que abrange cerca de 500 mil hectares de soja, “não houve grandes contratempos e a produtividade chega a 55 sacas (3,3 mil quilos) por hectare”, disse o agrônomo Rodrigo Blockl, da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), que percorre a região desde o início da colheita.

A oleaginosa começou com produtividade na casa de 3 mil quilos por hectare na área de Rogério Baruffi, de Primavera do Leste. O volume estava abaixo de suas expectativas. Mesmo assim, ele acompanhou os trabalhos com tranquilidade, confiante que a produção aumentaria para 3,24 mil kg/ha com o avanço da colheita, volume pouco abaixo do registrado ano passado. “Temos variedades para colher acima disso”, disse.

Mudanças no manejo, inoculação de sementes e opção por variedades mais resistentes a doenças permitiram a Adolar Poletto, de Nova Mutum, elevar a produtividade de 3,1 mil para 3,4 mil quilos por hectare. A opção por variedade tardia representou aumento de 50 quilos por hectare para Neuro Coradini, no mesmo município. Registram queda produtores que enfrentaram estiagem localizada, na época do plantio. Foi o caso de Vicente Beber. A produtividade de sua área estava acima da média, alcançando 3,7 mil kg/ha em 2008/09. Neste ano, baixou para 3,3 mil kg/ha.

O clima explica os casos de redução na produtividade, avalia Seneri Paludo, superintendente do Imea. “Com a estiagem do plantio e a chuva que caiu praticamente todo dia em janeiro, as plantas levaram mais tempo que o normal para se emparelharem.” Mesmo assim, ele considera que os resultados estão sendo positivos, sustentando a produtividade acima da média.

O avanço gradual da colheita da soja permite que os produtores se voltem para a segunda safra. Com apenas 70,1 mil hectares no verão, o milho deve alcançar 1,8 milhão de hectares na segunda safra, que está na reta final, calcula o Instituto Matogrossense de Economia Aplicada (Imea). Essa área é 8% maior que a de um ano atrás, compara o órgão, ligado à Aprosoja e à Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato).

16/03/2010

Fonte:Gazeta do Povo – José Rocher