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GUARANI SAI DA SCA E NEGOCIA COM COPERSUCAR

14144A Açúcar Guarani, que está entre os cinco maiores grupos sucroalcooleiros do país, deixará de comercializar sua produção de etanol na SCA (Sociedade Corretora de Álcool ) em abril, após dez anos de parceria. O Valor apurou que a empresa costura um acordo com a Copersucar, para que esta fique responsável pela venda de etanol do grupo no Brasil.
A parceria deverá ser divulgada nas próximas semanas, segundo fontes próximas às negociações. Procuradas, SCA e Copersucar não se pronunciaram. A Açúcar Guarani afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta especulações.
A saída da SCA, da qual a Guarani foi cofundadora, virá após a venda das usinas do Grupo Moema para a americana Bunge e das unidades da SantelisaVale para a francesa Louis Dreyfus. Também acontecerá após o fortalecimento da Cosan, que também é associada da SCA e atualmente está em negociações avançadas para uma aliança com a anglo-holandesa Shell.
Na safra 2009/10, que termina oficialmente no fim de março, a Açúcar Guarani deve produzir entre 400 milhões e 450 milhões de litros de etanol, sendo 100% comercializados com a SCA. O volume representa pouco menos de 10% do que a SCA deve ter movimentado na safra 2009/10 – o volume é estimado em 5 bilhões de litros, de 62 usinas no total.
O Valor apurou que a entrada da Guarani na Coperscuar, se confirmada, deverá ter reflexos sobre as operações do grupo francês Tereos, que controla a Guarani. Fontes do segmento afirmam que a Copersucar poderá repassar aos franceses suas negociações de etanol no mercado europeu, que variam de 100 milhões a 200 milhões de litros de etanol por temporada.
Independentemente disso, a transação fortalecerá a Copersucar nas operações com etanol no Brasil, que nesta safra devem atingir números próximos de 3,8 bilhões de litros. Com a entrada da Açúcar Guarani, esse volume tem potencial para chegar a 4,2 bilhões de litros, o dobro dos 2,1 bilhões de litros que a Cosan produziu na última safra (2009/10).
Com 36 usinas associadas que somam uma moagem próxima de 80 milhões de toneladas, a Copersucar, terá com a Guarani, um caso único de usina que se torna parceira com apenas um produto – no caso, o etanol, já que o açúcar é de sua responsabilidade. Será também a adesão recente de maior peso na Copersucar desde a saída do grupo São Martinho, em abril de 2008, que representava de 16% a 17% do volume de açúcar e álcool comercializado pela ex-cooperativa, hoje uma S.A.
A previsão da Copersucar era de faturar R$ 8,5 bilhões na temporada 2009/10, conforme informações fornecidas pelo grupo ao Valor em entrevista realizada em outubro passado com o CEO da empresa, Paulo Roberto de Souza.
A Açúcar Guarani processou em 2009/10 aproximadamente 13 milhões de toneladas de cana e, até dezembro de 2009, já tinha produzido 472 milhões de litros de álcool. Neste ciclo, o 2010/11, a previsão de moer 15,2 milhões de toneladas foi revisada para 16 milhões com a aquisição de metade da usina Vertente, anunciada em fevereiro deste ano. Nos nove meses da safra 2009/10, a Açúcar Guarani registrou um lucro líquido de R$ 15,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 241,4 milhões dos nove meses da temporada anterior (Valor, 18/3/10)