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SETOR COBRA POSIÇÃO MAIS CLARA DA EUROPA SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS EM EVENTO NA HOLANDA

A Europa deve ter uma posição mais clara quanto à legislação para biocombustíveis que deseja adotar, caso pretenda ter acesso ao etanol brasileiro para reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa. Esta foi a principal mensagem da assessora sênior para assuntos internacionais da presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, em apresentação nesta terça-feira (16/03), segundo dia da World Biofuels Market (WBM), evento realizado em Amsterdam, na Holanda.
“Para evitar incertezas jurídicas sobre critérios de sustentabilidade é preciso uma definição urgente, não somente sobre áreas proibidas para cultivo mas também quanto à orientação dos critérios de implementação e a cadeia de custódia,” avaliou Kutas. Ela frisou que a falta destes elementos impede o setor sucroenergético brasileiro de finalizar e iniciar a implementação de um esquema de certificação voluntária.
A WBM, maior evento anual europeu voltado para o mercado de biocombustíveis, reúne líderes do setor, clientes e fornecedores. A UNICA participa do encontro desde 2008 e em 2010 foi um das entidades apoiadoras, participando com seu próprio stand na área de exibições.
Durante sua apresentação, Géraldine Kutas traçou um quadro preciso dos recentes movimentos de consolidação e aquisições do setor sucroenergético brasileiro. Segundo ela, estes acontecimentos, somados ao reconhecimento do etanol de cana-de-açúcar como um combustível avançado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, EPA), contribuem para uma maior internacionalização do produto.
DESAFIOS À FRENTE
Kutas avalia que os movimentos recentes de consolidação do setor são um reconhecimento claro dos benefícios da cana-de-açúcar brasileira, particularmente no combate aos desafios envolvendo segurança energética e mudanças climáticas. Para a assessora, novos e abrangentes atores trazem estratégias diferenciadas de gerenciamento, além de conhecimento que ajuda a integrar toda a cadeia de fornecedores para disseminar o etanol de cana.
“No entanto, para que o etanol de cana seja competitivo no mercado internacional em relação à energia fóssil, precisamos ter as mesmas facilidades de entrada no mercado para ambos os produtos, e não acrescentar uma carga adicional a uma fonte energética renovável e limpa,” alertou a assessora da UNICA.
COSAN
Ainda na terça-feira, durante a sessão plenária da indústria pela manhã, o diretor de comercialização da Cosan, Mark Lyra, detalhou ações que vem sendo tomadas pelo setor para assegurar e aperfeiçoar a sustentatiblidade na produção de etanol no Brasil. Ele também solicitou que os reguladores internacionais adotem sistemas de certificação claros e práticos. “Ter um sistema de certificação global em vez de múltiplas iniciativas trará mais liquidez ao mercado,” explicou.
A participação da UNICA no evento WBM acontece como parte do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro de 2008. Trata-se de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo (Unica, 18/3/10)