Fertilizante natural promete mais produtividade e menos danos à saúde
O francês Jean Anthelme Brillat-Savarin, em 1825, disse pela primeira vez a expressão “diga-me o que comes e eu te direi o que és”. De lá para cá muita coisa mudou em relação aos alimentos e ao seu modo de produção. A maioria dos brasileiros ainda desconhece a origem dos alimentos, principalmente os “in natura”. Não sabe o tipo de fertilizante ou produto químico utilizados na produção.
Sabe-se, contudo, que no Brasil, o manejo inadequado das práticas de cultivo tem provocado a salinização das áreas agrícolas irrigadas, principalmente no semi-árido nordestino. A diminuição de aportes orgânicos nesses solos e aplicações cada vez mais intensas de agroquímicos tem produzido perdas do equilíbrio do ecossistema.
No meio da Chapada dos Guimarães (MT), um dos locais mais bonitos do país, um pequeno empresário está tentando recuperar os solos e desenvolver produtos mais saudáveis. Ele criou um fertilizante bioativo, produzido a partir de um conjunto de rochas cientificamente selecionadas pela riqueza de sua composição mineralógica, trituradas com a finalidade de remineralizar solos que tiveram o seu conteúdo mineral empobrecido.
O geólogo e produtor José Carlos Alves Ferreira trabalha com a agricultura, principalmente a orgânica, desde a década de 60. Seu envolvimento no movimento orgânico, em Ribeirão Preto, rendeu-lhe um exílio forçado. O trabalho de mais de 30 anos foi concretizado em 2007 com a criação da RockAll. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Sebrae em Mato Grosso.
— Estávamos em uma Feira do Empreendedor quando fizemos contato com a Arca Multi Incubadora. Hoje distribuímos para todo o Mato Grosso e, por meio da internet, para todo o Brasil — disse Natia Ortega, mulher de José Carlos, que participou da InovaBrasil – Feira Empresarial de Incubadoras e Parques Tecnológicos, em São José dos Campos (SP).
As vantagens do fertilizante são inúmeras, diz Natia. Segundo ela, o RockALL aumenta a produtividade e a vida do alimento. Além disso, é mais resistente às pragas.
— Comparamos duas abóboras, uma sem e outra com o fertilizante. O resultado foi que a abóbora sem o fertilizante pesou dois quilos e a outra, oito quilos — finaliza.
Apropriado para todos os tipos de cultura, desde vasos de flores, canteiros de hortaliças, jardins, paisagismo, condomínios, campos de futebol e de golfe, até grandes plantações de soja, milho, arroz e algodão, o RockAll não causa qualquer dano ao solo, ao meio ambiente, animais ou pessoas, mesmo com aplicações maiores do que as recomendadas.
— Não trabalhamos apenas para produtos orgânicos, mas para todo e qualquer tipo de produção agrícola — informa.
Segundo Natia Ortega, atualmente só países onde as pesquisas sobre produtividade da agricultura estão mais avançadas, como Estados Unidos, Japão e Austrália, desenvolvem fertilizantes e corretivos de solo organominerais.
AGÊNCIA SEBRAE
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