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ÁLCOOL CAI NAS USINAS, MAS NÃO NOS POSTOS

Preço do combustível nas bombas tem maior diferença em relação ao cobrado pelas usinas desde 2009.
O preço do litro do álcool voltou a cair nas usinas do Estado, mas essa queda não chegou às bombas nos postos de Ribeirão Preto. Na semana passada, o litro do combustível nas usinas de São Paulo era cotado a R$ 0,813, enquanto a ANP (Agência Nacional de Petróleo) apontou que o etanol, no mesmo período, custou ao consumidor em média R$ 1,567.
A diferença de R$ 0,753 é a maior desde, pelo menos, janeiro de 2009, mostra levantamento feito pela Folha com dados coletados nas usinas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e nos postos, pela ANP.
O menor intervalo entre as cotações foi registrado em junho do ano passado: R$ 0,415.
O diretor regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), Oswaldo Manaia, afirmou que os proprietários de postos não estão aproveitado a queda do etanol nas usinas para engordar seus lucros e empurrou a responsabilidade para o elo intermediário da cadeia.
“São as distribuidoras que não estão repassando a queda para os postos”, disse Manaia.
Para o vice-presidente do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), Alísio Vaz, o ritmo diferente na queda dos preços foi causado por um desajuste entre demanda e oferta do etanol.
“Mesmo com consumo menor em janeiro e fevereiro, as distribuidoras têm contrato, não deixaram de comprar, e ficaram estocadas”, disse.
Além disso, segundo Vaz, o preço das usinas está supervalorizado, já que há poucas unidades vendendo álcool, em quantidade menor -portanto, pedindo mais pelo produto.
O consumidor, porém, poderá ver queda de cerca de R$ 0,10 no litro do álcool em Ribeirão entre hoje e amanhã, segundo Renê Abbad, da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos) (Folha de S.Paulo, 23/3/10)