BUTAMAX VAI EXPORTAR BIOBUTANOL DO BRASIL
A Butamax, joint venture criada pela companhia petrolífera inglesa British Petroleum (BP) e a multinacional DuPont, pode transformar o Brasil em sua base de exportação de biobutanol. O biocombustível começará a ser produzido este ano em uma planta-piloto na Inglaterra e ganhará escala entre 2012 e 2014 no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido.
Em entrevista ao Valor, Tim Potter, CEO da companhia, explicou que os mercados da União Europeia e dos EUA têm grande potencial para o consumo de biobutanol. O biocombustível será produzido a partir da cana no Brasil, do milho, nos EUA, e do trigo, na Europa. “A cana é a mais eficiente matéria-prima do mundo.”
A diferença entre o biobutanol e o etanol é que o primeiro tem quatro moléculas de carbono, com mais energia armazenada, e o segundo, duas. O processo de fermentação do produto também difere do etanol.
Segundo Potter, o biocombustível será produzido no Brasil com foco para o mercado externo. A expectativa é a de que até 2020 sejam exportados cerca de 2 bilhões de galões (ou 7,5 bilhões de litros) a partir do país. O valor dos investimentos no desenvolvimento desse biocombustível não foi divulgado. O executivo observa que o transporte do biobutanol pode ser feito por meio de dutos por onde passam outros produtos, sem risco de contaminação, ao contrário do etanol.
As pesquisas em torno do biobutanol começaram a partir de 2003, mas ganharam força em 2005, quando as duas empresas – BP e DuPont – intensificaram esforços em torno do desenvolvimento do biocombustível. Atualmente, a Butamax detém cerca de 70 patentes de biobutanol.
No ano passado, a joint venture entre as duas companhias foi formalizada – cada uma com 50%. A primeira planta-piloto entra em operação até o fim do ano em Hull, na Inglaterra. A partir de junho, a Butamax coloca em operação o laboratório de tecnologia em Paulínia, em São Paulo. A empresa tem outro laboratório de pesquisas em Delaware (EUA).
Potter vê um enorme mercado para o biobutanol nos EUA e também na Europa. Os EUA devem utilizar 36 bilhões de galões de biocombustíveis até 2022, que tanto podem ser etanol como biobutanol, e a UE aprovou 10% de mistura de biocombustíveis nos combustíveis. Para o Brasil, o uso do etanol tradicional já está consolidado.
Consolidada a produção de biobutanol em larga escala, a Butamax pretende disponibilizar, por meio de acordos, o produto no mercado. “Nos EUA e UE, a produção de etanol é limitada. Para o biobutanol, não há barreiras.”
A BP trabalha em várias frentes para avançar em biocombustíveis no mercado internacional. Assim como a petrolífera Shell, que formou uma joint venture com a Cosan, para avançar na produção de biocombustíveis, a BP também considera esse mercado estratégico. Além do biobutanol, a petrolífera desenvolve pesquisas de biocombustíveis de segunda geração, por meio do processo de lignocelulose, a partir de “energy grass” (fontes vegetais). Também trabalha no desenvolvimento de diesel a partir da cana e na produção tradicional de etanol no Brasil, com uma participação de 50% na Tropical Bionergia, com uma usina instalada em Edeia (Goiás) (Valor, 23/3/10)
O aproveitamento industrial da cana de açucar em tecnologias alternativas é o que o Brasil deve se propor a fazer ainda que com muito atrazo.A demanda de moléculas energéticas ou não em substituição aos derivados do petróleo é uma necessidade mundial. A pesquisa de obtenção do butanol a partir da fermentação empregando bactérias é uma tecnologia bastante divulgada nos meios científicos de tal forma que sua viabilização operacional deve ocorrer sem muitos problemas.Os orgãos de controle dos finaciamentos de pesquisa devem estar empenhados em desenvolver o processo no Brasil.Para isto um grupo da UNICAMP coordenado pelo Dr. Rubens Maciel ,no qual o Dr Adriano Pinto Mariano juntamente com outros pesquisadors vem dedicando-se ao assunto.
Boa Noite Amiga, obrigado pelo comentário, aqui já fica o convite para mandar seus artigos e notícias.
O Agromundo é isso – UNIR PARA PRODUZIR MAIS E MELHOR