GRAMÍNEAS TROPICAIS – GÊNERO BRACHIARIA (Brachiaria brizantha cv MG5, Vitória – Capim)
HERBERT VILELA
Engenheiro Agrônomo e Doutor
1 – INTRODUÇÃO
O acesso Brachiaria brizantha CIAT 26110 foi coletado em 15/05/85 por G.Keller Grein, no Estado de Cibitoke, Município de Bubanza (África) e introduzido no mesmo ano, no CIAT com o número 26110 (Colômbia), em colaboração com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa de Borundi (ISABU). No mesmo ano, foi, também, introduzida no Brasil.
Esse germoplasma adapta-se bem nos trópicos sub-úmidos, com períodos secos, de 5 a 6 meses, e com precipitação anual de 1.600 mm e nos trópicos úmidos, com média de 2.500 mm.
Tolera solos arenosos e argilosos, persiste em solos mal drenados, mas com menor produtividade.
Fenotípicamente, a Brachiaria brizantha cv MG5 Vitória não é igual a outras cultivares comerciais da mesma espécie. Há indicação, pela pesquisa, que se trata de uma planta pentaplóide, o que a diferencia da Marandu (Brasil) e da Libertad (Colômbia) que são plantas tetraplóides. A sua maior produtividade e maior vigor vegetativo são atribuídos a esta característica.
O hábito de crescimento é em touceiras, podendo alcançar, em crescimento livre, até 2,0 m de altura. Os caules se enraízam quando em contato com o solo, o que facilita sua multiplicação pelo pisoteio ou por compactação mecânica. Suas folhas são largas (2,5 cm), compridas (60 cm), lanceoladas e sem pêlos. Sua produção varia com a fertilidade do solo de 25 a 32 t/ha/ano, com intervalos de corte de 56 dias, em média.
Apresenta a mesma tolerância à cigarrinha que a Marandu. Entretanto, apresenta tolerância aos fungos Rhizothonia sp, Pytium sp e Fusarium que destroem o sistema radicular da Brachiaria brizantha cv Marandu, possivelmente devido à presença de fungo endofítico.
Uma característica muito importante desta cultivar é seu valor nutritivo prorrogado, ou seja, o seu valor nutritivo permanece o mesmo, até o mês de junho, por seu florescimento ser tardio em relação às outras cultivares e espécies forrageiras.
Quando usada para vacas em lactação, não se deve permitir que, no ano de sua implantação, e em anos subseqüentes de utilização, o relvado não alcance altura superior a 0,50 m, como maneira preventiva de ferimentos no úbere.
2 – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
- Nome científico: Brachiaria brizantha Hochst Stapf vr. MG-5, Vitória.
- Origem: Cibitoke / África.
- Ciclo vegetativo: perene.
- Precipitação pluviométrica requerida: 800 a 3.000 mm/ano.
- Digestibilidade: satisfatória.
- Palatabilidade: satisfatória.
- Forma de uso: pastejo e eventualmente ensilagem.
- Forma de crescimento: touceira e decumbente.
- Altura da planta: crescimento livre até 1,60 m.
- Tolerância a insetos e doenças: moderadamente tolerante à cigarrinha e a fungos de raízes.
- Produção de matéria seca: 23 t MS/ha/ano.
FIGURA 1 – PLANTAS DE BRACHIARIA BRIZANTHA MG5, VITÓRIA
3 – RECOMENDAÇÕES AGRONÔMICAS
- Fertilidade do solo: alta fertilidade.
- Forma de plantio: semente.
- Modo de plantio: a lanço.
- Profundidade de plantio: 2 cm.
- Tolerância à seca: satisfatória, mantém folhas verdes por mais tempo.
- Tolerância a solos úmidos: satisfatória.
- Tolerância ao frio: média.
- Consorciação: Calopogônio, Guandu, Leucaena, Stilozanthes etc.
- Adubação: de acordo com as recomendações técnicas determinadas pela análise de solo.
- Dormência da semente: desprezível.
- Pureza mínima: mínima 40%.
- Germinação: mínima 60%.
4 – COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA MS DA BRACHIARIA BRIZANTHA CV MG5, VITÓRIA
Idade e/ou forma da forragem e digestibilidade | Composição bromatológica % | |||||
MS | PB | FB | P | Ca | EE | |
Até 60 dias de crescimento | 28,5 | 11,5 | 26,6 | 0,40 | 0,30 | 1,3 |
Após florescimento – madura | 33,0 | 7,2 | 30,0 | 0,18 | 0,16 | 1,6 |
Feno | 88,2 | 9,3 | 29.3 | 0,30 | 0,19 | 5,3 |
Digestibilidade (%) – 60dias | 68,5 | — | — | — | — | — |
Digestibilidade (%) – madura | 49,0 | — | — | — | — | — |
Digestibilidade (%) – feno | 53,0 | — | — | — | — | — |
5 – LITERATURA CONSULTADA
BOGDAN, A. V. Tropical posture and fodder plants – Grasses and legumes. London and New York, 475 p., 1977.
FAO – 2004a http://www.fao.org/ag/AGP/AGPC/doc/Gbase/Latin.htm.
FAO – 2004b http://www.fao.org/ag/AGA/AGAP/FRG/afris/es/Data/31.htm.
VALADARES FILHO, S.C. 2000. Nutrição, avaliação e tabelas de alimentos para bovinos.
XXXVII Reunião Anual da SBZ, 37, Viçosa, 2000, Anais… Viçosa: 2000. 250p.
Fonte: www.agronomia.com.br
You must be logged in to post a comment.