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ASSEMBLEIA DE SÃO PAULO VAI CRIAR A CPI DO CARTEL DA LARANJA

017734860-ex0014Deputados vão apurar denúncia feita à Folha por um ex-empresário do setor.
O deputado estadual Luis Carlos Gondim (PPS) pediu a instauração de uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo para investigar suposta prática de cartel no setor da laranja. Ele reuniu 36 assinaturas de parlamentares.
Para abrir a CPI, são necessárias 32 assinaturas -um terço dos 94 deputados. Líderes de 15 partidos assinaram o requerimento para pedir a instauração da comissão.
A decisão de pedir a CPI foi tomada, segundo o deputado, após a Folha publicar reportagem na semana passada em que o ex-empresário do setor de suco de laranja Dino Tofini detalha como operou o suposto cartel, que ele afirmou ter ajudado a montar na década de 90 e do qual participou.
O início dos trabalhos da CPI depende agora do encerramento de outras comissões em andamento. Pelo regimento interno da Assembleia Legislativa de São Paulo, só podem tramitar cinco CPIs simultaneamente. Hoje está previsto o encerramento de uma delas.
“Quem mais sofre são os pequenos produtores, que são esmagados pelo poderio das grandes indústrias”, disse.
Um dos objetivos da CPI, segundo afirma o parlamentar, é tentar mapear quantos agricultores foram “expulsos” do setor nos últimos anos. “Temos informação de que em cidades como Pirangi, em que 90% da lavoura era de plantação de laranja, hoje está 70% tomada pela cana”, diz Gondim.
Na entrevista concedida à Folha, Tofini afirmou que a sua ex-empresa, a CTM Citrus, se beneficiou da combinação de preços que ocorria entre fabricantes para a compra da fruta.
Tofini, que hoje é plantador de cana, deve ser ouvido pela SDE (Secretaria de Direito Econômico), que investiga a suspeita de cartel no setor há 11 anos. Após depoimento de uma pessoa que participou do cartel, em 2005, foi realizada a Operação Fanta, em janeiro de 2006.
Na ocasião, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão de documentos em empresas do setor. O processo na SDE envolve 11 empresas e 27 pessoas -entre elas, Tofini (Folha de S.Paulo, 25/3/10)