Superagro 2010 amplia espaço para a agricultura familiar
Com quase 1,2 milhão de pessoas envolvidas na atividade, a produção familiar responde por 84% da produção de mandioca, 47% do milho, 30% do café e 32% do feijão, de acordo com o Censo Agropecuário 2006 do IBGE, divulgado em setembro de 2009. Na pecuária, a produção familiar responde por 34% do plantel bovino, 31% do suíno e 28% do avícola, além de representar cerca de 45% da produção de leite do Estado.
Os agricultores familiares, entretanto, não trabalham somente com produtos básicos. Eles oferecem também uma variada lista de produtos beneficiados e com valor agregado como queijo, cachaça, mel, doces, farinhas, compotas e biscoitos, além do artesanato, onde aproveitam praticamente tudo que têm no quintal das propriedades: palha de milho, folhas de bananeira e sementes de frutas e hortaliças, entre muitos outros. Assim, surge um artesanato rico na diversidade de peças que incluem bijuterias, acessórios, utilitários e objetos de decoração.
O grande desafio dessa produção, entretanto, está em ampliar sua participação no mercado. E uma das oportunidades de promover a divulgação das marcas e dos produtos, realizar vendas diretas para os consumidores e prospectar negócios futuros é a participação em feiras. Atenta a isso, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas (Seapa) vai ampliar o espaço para a produção familiar na Superagro 2010.
Neste ano, a área destinada à agricultura familiar será de 240 m2, com 20 estandes representando a produção agroindustrial e artesanal de cerca de 100 agricultores de diferentes regiões do estado, informa Cristina Maria Linhares, coordenadora técnica estadual de Agroindústria da Emater-MG, entidade responsável pela presença dos produtores na feira. Em 2009 participaram 17 emprendimentos entre associações, cooperativas e produtores individuais.
Na Superagro o consumidor poderá conhecer a diversidade da produção familiar e adquirir produtos de uma variada lista que inclui os queijos canastra, do Serro, de Araxá e do Cerrado, além de café, derivados do leite, compotas, farinhas, doces e peças de artesanato em geral. “Esta abertura à agricultura familiar – com alimentos de qualidade e registro sanitário – é uma proposta do estado que tem como principal objetivo criar um ambiente de negócios futuros e continuados para estes produtores junto aos consumidores. Ou seja, o trabalho não se encerra na feira, que representa um ponto de partida com vistas a ampliar os negócios”, argumenta o superintendente de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar da secretaria, Lucas Scarascia.
Queijo canastra – É o que comprova na prática o produtor José Baltazar da Silva, de São Roque de Minas, na região do Alto Paranaíba, onde produz por semana 50 quilos do famoso queijo canastra, que vende pelo preço médio de 15 reais o quilo. Silva é agricultor familiar e conta com o trabalho da esposa e de dois filhos na produção de queijo, atividade que herdou do avô e do pai. Ele já participou de outras feiras e vai estrear esse ano na Superagro com a expectativa de repetir o sucesso dos outros eventos. “Até hoje recebo telefonemas de pessoas do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, que querem comprar o nosso queijo”, diz.
Doces cristalizados – Quem também vem abrindo mercado com a participação em feiras é Luiz Carlos Rodrigues Oliveira, produtor de frutas cristalizadas em Montes Claros. Prova disso é o embarque hoje (24) para Araraquara (SP), de 20 quilos de doce de limão, negócio que teve início na última feira da qual participou, em novembro de 2009, em Uberaba. Diante do aumento das encomendas de outras cidades, Oliveira está ampliando a cozinha especial que construiu para a fabricação dos doces. Ele já participou de duas edições da Superagro e gostou. Vendeu a produção e fez novos contatos. Daí seu otimismo com a participação neste ano. Na lista de Oliveira estão os doces de figo, laranja da terra, abóbora, limão, mamão, abacaxi e de tomate, cujos produtos cultiva na sua propriedade. Ele comercializa o quilo do doce na região por 16 reais e fatura em média R$ 1.800,00 por mês apenas com as vendas feitas somente em Montes Claros.
Agroartesanato – Sônia Aparecida de Araújo Souza é presidente da Associação de Produtores de Agroartesanato Caseiro de Viçosa (Assovi) e tem a missão de representar os associados nas feiras que participa. Foi assim na Superagro 2009 e para este ano a dirigente já prepara nova participação, trazendo para a feira doces, quitandas, colheres de pau e biscuits, entre outros. “A feira nos ajuda a fazer novos contatos e depois recebemos pedidos de encomendas”. Produtora de doce de leite, pé-de-moleque e cidra, Sônia Aparecida comercializa sua produção a 8 reais o quilo e fatura por mês, em média, R$ 1.500,00 durante o inverno, quando as vendas são maiores.
A Superagro será realizada de 26 de maio a 6 de junho, no Parque da Gameleira / Expominas, em Belo Horizonte. A promoção é o governo de Minas – por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Sebrae Minas. A Feira terá neste ano a 50ª. Exposição Estadual Agropecuária, a II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária, a Expovet – Feira de Negócios, Produtos e Serviços Pet e Veterinários, a 13ª. Expocachaça e o Ciclo de Aulas Técnicas.
Assessoria de Imprensa Superagro