Rebanho de caprinos e ovinos evolui
O desenvolvimento da cadeia mato-grossense da caprino-ovinocultura se confunde com o sucesso do Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec). Há quase dez anos, quando o evento estreava, a atividade consistia apenas em um hobby de produtores rurais que mantinham caprinos e ovinos em suas propriedades para consumo próprio. Entre os dias 3 e 5 de maio, a sexta edição do Enipec, que será realizada no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá, vai trazer à luz uma cadeia organizada e com um rebanho que se situa entre os dez maiores do país. Entre um dos maiores saltos atribuídos à cadeia, está a formação genética dos plantéis, que dispensa, atualmente, a necessidade de importar reprodutores de outros estados.
Como lembra o presidente da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos e de Caprinos do Estado (Ovinomat), Antonio Carlos Carvalho de Sousa, em 2002 cerca de 100 mil animais integravam o rebanho estadual. Em 2010, já são cerca de 1 milhão de ovinos e 70 mil de caprinos, conforme o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT). “O Enipec trouxe conhecimento, informação e estimulou muitos criadores ao segmento. Hoje não se faz apenas criação, como também genética. Não precisamos importar genética. São dez anos de atividade comercial”.
Os grandes produtores nacionais de ovinos e caprinos são Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo. Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Pará se destacam em evolução anual e, como completa Sousa, o Distrito Federal é um grande consumidor. Aproximadamente 3 mil propriedades rurais, das mais de 100 mil fazendas no Estado, têm como atividade principal a criação de ovinos e caprinos. “A atividade evoluiu tanto que hoje a Exposição de Pequenos Animais do Estado de Mato Grosso (Expopeq) tem como foco a valorização desta atividade pastoril e faz parte do calendário oficial das festividades do aniversário de Cuiabá”, comenta Sousa. Em Mato Grosso, a maior parte da produção se concentra nos municípios de Nova Mutum, Campo Verde, Barra do Garças, Baixada Cuiabana, Vale do Guaporé, Sorriso e Terra Nova do Norte.
ENIPEC 2010 – Para fomentar a necessidade de conhecimentos dos ovino-caprinocultores, a coordenação do Enipec 2010 programou quatro palestras técnicas cujos temas foram sugeridos pelo próprio segmento. No dia 4 de maio, das 10h30 às 12h, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Afonso Schwab, trata da “Organização da cadeia: as lições do modelo uruguaio”. À tarde, das 16h30 às 18h, com palestrante ainda a ser confirmado, o tema dos trabalhos é a “Viabilidade econômica e os dez passos para ser bem-sucedido na atividade”.
No dia 5 de maio, a partir das 10h30, o tema será “Comercialização de ovinos e caprinos”, apresentado por Arnaldo dos Santos Vieira Filho, administrador de empresas e presidente da Associação Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco). Finalizando a programação técnica voltada à atividade, à tarde, das 14h às 15h30, será a vez dos “Desafios tecnológicos para a produção de ovinos e caprinos no Centro-Oeste”, por Marco Aurélio Delmondes Bomfim, pós-doutor pelo International Center for Agricultural Research in the Dry Areas e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Caprinos e Ovinos.
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