RELATÓRIO RESSALTA OS BENEFÍCIOS DO ETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR
Documento do International Food Policy Research Institute (IFPRI) mostra à Comissão Européia que o etanol de cana-de-açúcar do Brasil é o biocombustível que mais reduz as emissões de gases de efeito estufa,mesmo considerando os efeitos indiretos do uso da terra.
Relatório feito pelo International Food Policy Research Institute (IFPRI), instituto internacional que desenvolve soluções sustentáveis para a pobreza e a fome, intitulado“Global Trade and Environmental Impact of the EU Biofuels Mandate” (O Comércio Global e o Impacto Ambiental do Mandato de Biocombustíveis da União Européia) concluiu que um comércio mais aberto para os combustíveis renováveis permitirá que a política de biocombustíveis na Europa cumpra com seu comprometimento de reduzir as emissões de carbono no setor de transportes, principalmente porque o biocombustível mais eficiente em termos de redução de emissões será utilizado: o etanol de cana-de-açúcar do Brasil, que reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 90% se comparado à gasolina.
“O relatório, preparado para a Comissão Européia, mostra que a produção de etanol de cana do Brasil praticamente não terá nenhum impacto no preço dos alimentos, que o biocombustível é altamente competitivo no mercado europeu e que possui a redução mais significativa de gases de efeito estufa,” afirmou o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na União Européia, Emmanuel Desplechin.
A UNICA vê com bons olhos os esforços da Comissão em envolver especialistas independentes em suas análises, mas pede por melhorias em seu relatório atual. “O documento contém algumas imprecisões que uma vez corrigidas podem significar benefícios ainda maiores no uso do etanol de cana. Como por exemplo o tipo de terra para a expansão da cana destacada no relatório não leva em consideração o Zoneamento Agroecológico da cultura no Brasil, que previne a expansão da cana em qualquer tipo de vegetação nativa,” adicionou Desplechin.
Um estudo publicado em 2008 pela Universidade de Wageningen, na Holanda, prevê que cerca de 62% da expansão da cana-de-açúcar na região centro-sul do Brasil, coração da produção no País, acontecerá principalmente sobre áreas de pastagem, enquanto 37,8% se dará em terras previamente ocupadas por outras culturas. A projeção cubriu o período de 2008 a 2018.
À medida que a Europa evolua em direção a soluções viáveis para reduzir os gases causadores do aquecimento global, um dos principais desafios do planeta atualmente, a UNICA incita a Comissão Européia a realizar uma consulta pública entre as partes envolvidas no relatório, para garantir precisão de dados, multiplicidade de opinião e recomendações construtivas para o aperfeiçoamento do documento.
“Uma consulta pública aberta e transparente permitirá aos formadores de políticas públicas da Europa chegarem à decisões que concentrem igualmente os interesses do mercado, consumidores e do meio ambiente,” afirmou o representante da UNICA. “Como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency) e o estado da Califórnia reconheceram, o etanol de cana é um biocombustível avançado, com baixas emissões de carbono, que reduz drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Produzido sustentavelmente, o etanol do Brasil pode reduzir a pegada de carbono da Europa e ajudar a alcançar a meta de 10% de uso de energia renovável no setor de transporte,” concluiu Desplechin.
Para ver o relatório “Global Trade and Environmental Impact of the EU Biofuels Mandate”, acesse: http://trade.ec.europa.eu/doclib/html/145954.htm
Para o estudo complete da Universidade de Wageningen acesse: http://tinyurl.com/sugarcaneethanol (Unica, 29/3/10)
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