Duas novas variedades de cana para a Região Centro-Sul chegam ao mercado
No dia 25 de março, 13 novas cultivares de cana-de-açúcar foram apresentadas pela Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro), no ano que a instituição completa 20 anos de existência. Cinco universidades estão fazendo o lançamento para diferentes regiões do país. No sul a Universidade Federal do Paraná apresenta 3 variedades, no nordeste a Universidade Federal Rural de Pernambuco apresenta 2 e a Universidade Federal de Alagoas 5 variedades. No sudeste a Universidade Federal de Viçosa lança 1 cultivar e a Universidade Federal de São Carlos duas. O diretor executivo da Ridesa, Marcos Sanches, e vice-diretor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos fala sobre as novidades no mercado de cana-de-açúcar.
A cana-de-açúcar tem uma importância bastante significativa no país apesar de ser cultivada basicamente na região centro-sul. É uma matéria-prima muito importante para a produção de energia. Estrategicamente, a Ridesa está fazendo este lançamento em conjunto em várias regiões porque a cultura da cana-de-açúcar está tendo área de crescimento. Todas as cultivares são muito competitivas no mercado e com o diferencial da longevidade da colheita, que além da produtividade hoje é muito importante também — diz Sanches.
As duas novas variedades apresentadas pela Universidade Federal de São Carlos são a RB 965902 e a RB 965917, que valem para a Região Centro-Sul como um todo, mas principalmente para os Estados de São paulo e Mato Grosso. Outra vantagem das cultivares é a resistência que elas apresentam a ferrugem alaranjada, uma nova doença que ataca a cana-de-açúcar. A RB 965902 é para ser colhida de junho a outubro, segundo Sanches, com boa característica para colheita mecanizada e exigência média em ambiente, vai bem até o tipo C. Já a RB 965917 é mais precoce, deve ser colhida até o início de maio, mas também tem porte ereto facilitando a colheita mecânica. A produtividade média delas é de 80 a 110 toneladas por hectare, com 5 ou 6 cortes.
A produtividade é parecida com as variedades do mercado, a vantagem está na longevidade dos canaviais. Hoje as usinas estão começando a moer em março e vão até dezembro. Com o aumento nesse número de dias no ano, há necessidades de se desenvolver variedades mais adaptadas a estas características porque a cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene. Aumentar a longevidade é importante porque um dos maiores custos é o da área de reforma, porque tem que haver investimento na qualidade do solo, mudas de qualidade — explica.
Assessoria de Imprensa Universidade Federal de São Carlos