Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: mais produtividade e conforto térmico animal
Economicamente viável e menos impactante ambientalmente, a integração lavoura pecuária floresta é uma experiência bem sucedida em diversas partes do Brasil. Unidades demonstrativas orientadas por profissionais da Embrapa Florestas apresentam resultados interessantes, multiplicados pelas regiões Sul e Centro-Oeste do território nacional. Além de considerar a interação entre os componentes do sistema, o sucesso está diretamente ligado ao treinamento dos produtores com relação às questões específicas de manejo.
Os resultados mais expressivos estão com uma faixa de oito a dez anos aproximadamente. Existem teses e publicações mostrando os efeitos benéficos do componente florestal dentro do sistema em termos de fertilidade do solo, sombreamento e elevação do índice de conforto térmico animal. Tudo isso auxilia no aumento de produtividade desses animais. Outros aspectos indiretos como a possibilidade de diminuir a incidência dos ventos, abrigando o rebanho do frio também devem ser consideradas — pondera o pesquisador Jorge Ribaski.
Ele conta que a unidade promove diversas ações de transferência tecnológica, como dias de campo, onde são demonstradas operações de poda, plantio e exploração em geral. Cursos de capacitação da mão-de-obra rural e dos extensionistas, vídeos explicativos e cartilhas também são meios bastante procurados.
Nós atuamos em vários biomas. No pampa gaúcho, a demanda partiu dos criadores devido à defasagem de rendimentos da pecuária. Nos procuraram com a intenção de plantar árvores porque tinham conhecimento da rentabilidade. A região tem tradição de cultivar arroz e usa eucalipto para secagem de grãos. Selecionamos alguns produtores para implementar alternativas de utilização do solo — explica.
No Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás existe uma demanda muito grande por madeira para energia, serraria, postes e uso em propriedades. Então, a diversificação de produto na propriedade é uma ótima alternativa de renda. Na faixa mais tropical dessa região, é possível lançar mão não só do eucalipto, mas também do mogno africano e algumas nativas.
Adotada por mais de 300 produtores do Paraná, o modelo integrador já ocupa cerca de sete mil hectares no noroeste do Estado. Ribaski diz que, nos dois primeiros anos, eles começaram com a implantação do eucalipto ou grevilha consorciados à mandioca, para depois implantar a forrageira (braquiária). Fotografias comparativas demonstram que pastagens integradas com árvores são poupadas também dos efeitos destrutivos das geadas.
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