UE APREENDE 10 MIL TONELADAS DE BIODIESEL
Na sexta-feira, a aduana italiana apreendeu 10 mil toneladas de biodiesel vindo de exportadores canadenses. A suspeita, porém, é de que o combustível tenha origem nos Estados Unidos e o Canadá esteja sendo usado como forma de driblar as imposições europeias.
Ao Estado, o Conselho Europeu de Biodiesel admitiu que os produtores europeus estão investigando não apenas o Canadá, mas também argentinos, brasileiros e até a Indonésia por ajudar a mascarar as importações americanas.
A estratégia seria simples. Produtores americanos enviariam seus produtos a diferentes partes do mundo e, de lá, o biodiesel seguiria para a Europa, com nova origem. Segundo Amandine Lacourt, representante do Conselho Europeu de Biodiesel, a fraude poderia chegar a 100 milhões por ano em tarifas não pagas por americanos usando outros países.
No ano passado, o biodiesel americano foi taxado por dumping no mercado europeu. A alegação de Bruxelas era que o biodiesel americano causava o fechamento de usinas na Europa. Além disso, os EUA adotariam práticas injustas de comércio.
CONCORDATA
O maior contencioso em torno do comércio de biocombustíveis não ocorre por acaso. Americanos e europeus disputam, em pela crise, um mercado avaliado em US$ 10 bilhões. Cerca de 20% das usinas de biocombustíveis dos EUA pediram concordata em 2009.
Na Europa, um terço dos planos de investimentos na Espanha, na Itália ou Alemanha está paralisado. Para especialistas, a crise pode explicitar algo que muitos já sabiam: a indústria do biocombustível nos países ricos não é sustentável sem subsídios bilionários.
Nos EUA, a empresa Renew Energy, no Estado de Wisconsin, pediu concordata. Ela afirmava ser a maior trituradora de milho do mundo. A Cascade Grain, de Oregon, também declarou falência. Em apenas um ano, 9% de todas as plantas de etanol dos EUA fecharam as portas (O Estado de S.Paulo, 2/4/10