Disputa pela usina Mandu atrai gigantes
A usina Mandu, de Guaíra, entrou no alvo de grupos que buscam se consolidar como grandes “players” do setor sucroenergético. Capaz de moer 3,2 milhões de toneladas de cana ao ano, a Mandu está sendo disputada por Cosan, LDC (Louis Dreyfus Commodities), Açúcar Guarani e Alto Alegre, segundo especulações do setor.
A usina foi fundada por empresários de Guaíra, Orlândia e Barretos e hoje tem à frente Roberto Diniz Junqueira Filho. Ele foi procurado na sede da usina ontem, mas não foi encontrado para falar sobre a possível venda da empresa.
Segundo fontes do setor, a Mandu é atrativa para os grande grupos sucroalcooleiros por sua posição geográfica estratégica -está no raio de abrangência de unidades da LDC, Cosan, Guarani e Cosan, entre outros- e é tida como produtiva, moderna e bem administrada.
No site da usina, a mensagem que recebe o visitante é “bem-vindo a uma das mais modernas produtoras de açúcar e álcool do Brasil.”
O empresário e consultor do setor Maurilio Biagi Filho define a Mandu como “uma usina boa, sólida, bem localizada, com terras boas e sócios que entendem do negócio.”
Ele compara a usina ao grupo Moema, do qual era sócio até o início deste ano, antes de o conjunto de seis usinas ser adquirido pela Bunge. “Há uma demanda por unidades, e obviamente todos querem comprar usinas que não têm problemas, como era a Moema e a Mandu, em uma escala menor. Quem adquirir [essas usinas] está comprando tranquilidade.”
A vantagem desse tipo de usina no cenário de avidez dos grandes grupos por ativos com situação financeira saudável e em áreas produtivas é que elas não “têm pressa para fazer negócio”, segundo Biagi.
Desde janeiro, o setor viu avançar o esforço de concentração. Entre os maiores, estão a joint-venture entre Shell e Cosan, a fusão entre a Brenco e EHT, da Odebrecht, e a instalação do centro de operações mundiais de açúcar e álcool da francesa Tereos no Brasil (Folha de S.Paulo, 9/4/10)