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Cosan e Britanite desenvolvem etanol aditivado

08/04/10 – A Cosan e a empresa química Britanite estão prestes a iniciar testes para o desenvolvimento de um novo tipo de etanol combustível, batizado de etanol aditivado. O projeto, mantido em sigilo pelas empresas, foi autorizado pela diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em sua última reunião e tem como objetivo encontrar uma fórmula que permita o uso do derivado de cana-de-açúcar em motores a diesel.
Segundo a resolução da ANP que autorizou os testes, o combustível será composto por uma mistura de 94,4% de etanol hidratado e 5,6% de um aditivo chamado de Britadit E, desenvolvido pela Britanite. Durante o período de testes, o produto vai abastecer quatro caminhões da frota cativa da Cosan. As duas empresas se mostraram contrariadas com a divulgação do projeto e não quiseram dar maiores detalhes.
A Cosan limitou-se a dizer que, “como informado no site da ANP”, confirma os testes com o etanol aditivado. “No entanto, como estes testes estão em fase experimental, não é possível detalhar as ações neste momento”, concluiu, em nota enviada ao Grupo Estado. Já a Britanite alegou, sem citar nomes, que qualquer divulgação deveria ser feita por “seu parceiro” no projeto. A divulgação de atas de reuniões é praxe na ANP.
A própria Cosan desenvolve um outro teste para o uso de etanol em motores de ônibus, em parceria com a Scania. Nesse caso, porém, as empresas usam um motor com algumas modificações e aditivo produzido na Suécia. A mistura usada tem 95% de etanol e 5% do aditivo, que atende normas de emissões da União Europeia. Já há dois ônibus circulando com a mistura em São Paulo – o segundo foi entregue no final do ano passado.
Fontes do mercado, porém, dizem que, além da necessidade de adaptações no motor, o alto custo do aditivo importado dificulta a disseminação da tecnologia. O desenvolvimento de uma alternativa brasileira, portanto, poderia baratear o processo. Atualmente, o etanol hidratado custa, em média, R$ 1,695 por litro no Brasil, e o diesel, R$ 1,987. Ou seja, há uma margem de cerca de R$ 0,30 por litro para a mistura do aditivo.
Se confirmada, a substituição de diesel por etanol pode ser benéfica à balança comercial brasileira. O Brasil é importador de óleo diesel, combustível responsável por quase metade da matriz de transporte brasileira. O País importa uma média de 5 bilhões de litros do combustível por ano – o valor caiu em 2009, diante da crise, mas deve voltar a crescer este ano, com a recuperação da economia.

07/04/10 – Nicola Pamplona
Fonte: Agência Estado

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