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Falta etanol em postos de São Paulo

A falta de etanol (álcool hidratado) em postos de São Paulo e outros municípios, nos últimos dias, preocupa os consumidores e as entidades que representam os produtores de álcool e os distribuidores de combustíveis defendem-se, por meio de notas oficiais, procurando se livrar do problema. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) garante que não existe falta de etanol no mercado e que o problema ocorreu por “questões logísticas, sob controle das distribuidoras e não das usinas”. Por sua vez, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) destaca que eventuais desabastecimentos verificados “decorrem de retomada intensa de consumo, sem um correspondente aumento na produção de etanol”.
Nesse fogo cruzado, a maioria dos usineiros evita se manifestar, seguindo os comunicados da Unica. Bernardo Biagi, presidente das usinas Batatais e Lins, as duas primeiras que iniciaram a safra deste ano, prefere não se posicionar sobre as posições da entidade nem das distribuidoras. Ele fala por suas empresas e afirma que nelas a produção de álcool está satisfatória, dentro do que foi planejado até agora. A Lins, que produz só álcool hidratado, já moeu cerca de 200 mil toneladas de cana desde 1º de março, gerando 15 milhões de litros. A Batatais moeu 400 t de cana, gerando outros 15 mil litros de álcool hidratado – essa unidade produz também álcool anidro e açúcar. “No nosso caso, a produção está normal para a época, e a Batatais até superou o que tínhamos planejado para março”, garante Biagi. Essa usina inclusive priorizou a produção de álcool hidratado para atender a intensa procura pelo produto.
Na nota, a Unica diz que não existe indisponibilidade de etanol em qualquer região do Estado de São Paulo e que “se o produto não está sendo entregue pelas distribuidoras é porque o mesmo não está sendo adquirido pelas distribuidoras em volumes que permitam manter os postos devidamente abastecidos”. Alega ainda que as distribuidoras não possuem tanques para estocagem, pois 90% deles pertencem às usinas.
O Sindicom defende-se e informa, na nota, que o consumo de etanol aumentou a partir da queda de preço, com o início da safra de cana, deixando o produto mais atrativo do que a gasolina aos proprietários de veículos bicombustíveis (O Estado de S.Paulo, 10/4/10)