12/04/10 – A sequência de baixas do preço do álcool combustível que o motorista paulistano vinha assistindo durou pouco tempo. O preço do etanol, que chegou a custar em alguns postos R$ 1,29 o litro, agora é encontrado por R$ 1,39. Na média, os postos estão vendendo o combustível a R$ 1,49 o litro. Para o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), a alta se deve às dificuldades enfrentadas pelos produtores na colheita da cana-de-açúcar em função das chuvas. Há, inclusive, o risco de desabastecimento. O presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, afirma que em uma semana a alta é de cerca de 12% nas bombas. “Houve uma alta do preço do álcool vindo da usina e é isso que o consumidor está vendo na bomba. Os usineiros nos informaram que o excesso de chuva impede que a colheita da cana seja feita. Diminui-se o estoque, aumenta-se o preço”, diz Gouveia. Ele cita dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da USP, que mostra que o preço do álcool hidratado combustível saltou de 0,7698 em 1º de abril para 0,9139, aumento de 18%. A informação repassada aos postos de combustíveis é que se as chuvas pararem, a produção sucroalcooleira deverá voltar à normalidade entre oito e dez dias. Desabastecimento O presidente do Sincopetro acredita ainda que o consumidor deverá começar a ter dificuldade para abastecer com álcool em alguns postos. “O posto de uma cooperativa de táxis paulistana tem demanda de 20 mil litros de álcool combustível por dia e só estão sendo entregues 5 mil. Há uma defasagem entre consumo e estoque, já está faltando álcool em alguns postos e essa dificuldade deve aumentar nos próximos dias caso continue a chover”, relata. Gouveia, entretanto, não acredita em novas altas do preço do combustível. No início do ano, o álcool chegou a ultrapassar os R$ 2. Ele explica que os estoques estão menores porque no início do ano parte da cana-de-açúcar foi direcionada para a produção de açúcar, dada a quebra de safra internacional do produto, principalmente na Índia. Com isso, os produtores brasileiros não formaram o estoque necessário para a entressafra. Segundo Gouveia, no final de março a defasagem era de 1 bilhão de litros de álcool combustível. A União da Indústria da Cana-de-Açúcar informou que um relatório com a análise dos preços do álcool e do açúcar será divulgado ainda na tarde desta segunda-feira (12). |
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