12/04/10 – Os preços da gasolina nas bombas dos postos de Joinville aumentaram, nesta semana, pela primeira vez desde a primeira quinzena de fevereiro. Segundo levantamento divulgado ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o motorista está pagando, em média R$ 2,428 na hora de encher o tanque do carro. É 1,5% a mais do que na semana passada, quando o combustível custava R$ 2,392. Dois motivos justificam o aumento nos preços. Os postos aumentaram a sua margem de lucro – a diferença entre o que os motoristas pagam pelo combustível e o que os donos das revendas pagam às distribuidoras. Estas estão começando a cobrar mais dos postos. O menor preço por litro cobrado passou de R$ 2,08 para R$ 2,125. A alta no derivado do petróleo, aliada à queda no preço do álcool nas bombas – que foi de 1,5% na última semana -, diminuiu a diferença de preços entre os dois combustíveis. Mas, para os donos de carros bicombustíveis, ainda não compensa encher o tanque do carro com o derivado da cana. O litro de álcool, que custa em média R$ 1,875 nos postos, corresponde a 77,2% do preço da gasolina. Para valer a pena, é preciso que esta relação seja de 70%. É que o rendimento de um carro movido a álcool corresponde a 70% do desempenho de um abastecido com gasolina. Em fevereiro, esta relação era de 86,2%. O ritmo da queda no preço do álcool, que é de 17,7% desde a primeira quinzena de fevereiro (veja gráfico abaixo) pode diminuir nas próximas semanas, o que pode dificultar que o derivado da cana fique mais competitivo do que a gasolina. O preço médio do álcool combustível teve fortes altas nesta semana nas usinas de São Paulo, de acordo com os indicadores semanais do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). O álcool combustível disparou 18,7% e foi negociado, em média, a R$ 0,9139, ante R$ 0,7698 o litro na semana anterior. Já o preço médio do litro do anidro, usado na mistura na gasolina, subiu 5,67%, de R$ 0,8852 para R$ 0,9353 no mesmo. Segundo Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea, a oferta de etanol neste começo de safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul foi reduzida pelas chuvas que atingiram regiões produtoras, prejudicaram a colheita e a produção do combustível, bem como puxaram os preços. Já a demanda, principalmente pelo hidratado, também foi firme, com várias distribuidoras indo às compras até quarta-feira, quando as altas diárias foram mais constantes. “A partir de quinta-feira a demanda e os preços ficaram mais estabilizados”, disse Ivelise. |