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ETH – Nova gigante do álcool prevê preços estáveis

ETH, do grupo Odebrecht, avalia que o valor cobrado pelo biocombustível na bomba oscilará entre 65% e 70% do preço da gasolina. Grupo, que elevará sua capacidade de moagem de cana para 40 milhões de toneladas, aposta que valor abaixo de R$ 1 seja mais raro.
Força emergente no mercado de álcool no Brasil, a ETH -controlada pelo Grupo Odebrecht- prevê o fim da fase de sobe e desce no preço do etanol nos postos de combustíveis. É mais do que uma crença.
O modelo de negócio da ETH, que promete elevar de 13 milhões para 40 milhões de toneladas a capacidade de moagem de cana-de-açúcar até 2012 (isso a partir da associação com a Brenco), baseia-se em parte na estabilidade de preços do álcool combustível em patamares mais elevados como condição para expansão do setor.
Na última semana, mesmo depois do início da safra, o preço voltou a subir. A razão está no excesso de chuvas.
Segundo José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem (o braço petroquímico do grupo Odebrecht) e atual comandante da ETH, avaliações de mercado feitas pela companhia indicam que o preço do álcool na bomba oscilará entre 65% e 70% do preço da gasolina.
Na prática, isso significa que a ETH prevê o fim do período em que o álcool é ofertado a menos de R$ 1 o litro, como em alguns momentos durante o auge da safra do Centro-Sul.
“O que estamos observando em 2010 e 2011 são preços muito mais estáveis. A nossa previsão é que o preço médio desta safra seja muito mais alto que o preço médio da safra anterior. Achamos que o preço do álcool na bomba estará entre 65% e 70% do preço da gasolina”, afirmou Grubisich.
Essa condição é o limite sobre o qual o etanol ainda é mais competitivo em relação ao combustível concorrente.
Do ponto de vista estritamente econômico, os consumidores gastam mais quando abastecem seus veículos bicombustíveis com álcool quando o preço supera o patamar de 70% do valor da gasolina.
Segundo o presidente da ETH, patamares mais elevados de preço darão à companhia um nível de receita e de geração de caixa mais confortáveis para cumprir o plano de investimento orçado em R$ 7,3 bilhões.
É esse pacote de investimentos que dará à ETH peso mais relevante no mercado brasileiro de produtores de biocombustível e a condição de ser o maior produtor de etanol.
Isso porque os demais processadores de cana produzem também açúcar.
Grubisich afirma que, do total de capital que a companhia pretende investir até 2012, 40% serão bancados pelos sócios e 60% obtidos com financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e em outras instituições financeiras.
“Para esse volume de investimento que levará a companhia a nove usinas produtoras, a situação está completamente equalizada”, diz. O passo seguinte é que ainda não foi dado.
O presidente da ETH afirma que elevar a capacidade para além dos 40 milhões de toneladas em moagem só será possível a partir da capitalização.
A companhia avalia que, se cumprir a meta dos 40 milhões de toneladas, terá dado ao mercado provas de que tem condições de bancar e executar um plano de investimento. Assim, ele acredita que uma emissão primária de ações poderá obter preços maiores, algo que neste momento não ocorreria.
Se obtiver sucesso nesse plano, a ideia será buscar recursos no mercado para dar um salto para 55 milhões a 60 milhões de toneladas de capacidade de processamento, o que tornará a ETH uma das gigantes do setor.
Até lá, a companhia acredita que o mercado internacional poderá estar mais receptivo ao etanol de cana, com redução ou queda das barreiras tarifárias, sobretudo nos Estados Unidos, na União Europeia e no Japão.
Por enquanto, além de cumprir o plano de investimento, o foco da companhia é explorar o mercado interno -que, com sorte, dará um volume de receita maior do que ofereceu ao setor nos últimos anos (Folha de S.Paulo, 13/4/10/Editado por Agromundo)