Mofo branco: mais de 20 alternativas de manejo para controlar ação do inóculo
Doença significativa na agricultura, o mofo branco ataca severamente mais de 400 espécies cultivadas. Muito encontrado em lavouras importantes como as de soja, feijão comum, algodão e tomate, o fungo pode comprometer toda a colheita e ainda sobreviver no solo entre oito e dez anos mesmo sem hospedeiros. O pesquisador Murillo Lobo Junior, da Embrapa Arroz e Feijão, recomenda a associação de técnicas preventivas e curativas para minimizar o ataque.
O pesquisador esclarece que nenhuma prática ou controle químico é totalmente eficiente no combate à esclerotínia. Além disso, não há cultivares geneticamente capazes de combatê-la. A adoção do manejo integrado reduz a intensidade das infestações e dos riscos. Os produtos químicos não são necessários antes da floração, porém, em áreas infestadas, o risco de epidemias começa a partir do momento da floração.
A sobrevivência do fungo no solo se deve à estrutura resistente que permanece viável por muito tempo, conhecida como escleródio. Depois de ser exposto a algumas semanas de temperatura amena e umidade, ele germina e produz um cogumelo em forma de taça, liso e de cor clara (apotético). O cogumelo age no fechamento das fileiras e, quando a planta está florando, lança esporos que causam a queda da flor. Ao cair sobre hastes ou folhas, começa o processo de infecção na área — explica Junior.
Técnicas de plantio na direção do sol e do vento dominante, variedades eretas, de ciclo curto e a formação de uma camada densa de palha na lavoura são apenas algumas das mais de 20 alternativas de tratos culturais que, aliadas à aplicação correta de fungicidas, podem controlar a ação do inóculo. Com essas práticas relativamente simples, o número de pulverizações pode cair de quatro para uma, gerando mais segurança e economia para produtores e consumidores.
Por exemplo, a utilização de braquiária solteira ou em consórcio com milho no sistema santa fé, depois da dessecação, dá origem a cerca de 10 toneladas de massa seca para impedir o desenvolvimento do cogumelo e fazer barreira física ao lançamento dos esporos. Essa massa tem uma relação carbono/nitrogênio bastante alta, que, comparada às outras gramíneas, lhe confere uma degradação mais lenta, mantendo a cobertura por todo o ciclo das culturas anuais. É uma forma sustentável de fazer o manejo do mofo branco — resume.
Embrapa Arroz e Feijão
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