Fusões e aquisições no setor de açúcar e álcool já atingem volume de 2009
O número de transações no setor sucroalcooleiro nos primeiros três meses e meio deste ano no país acaba de alcançar a mesma quantidade de operações realizadas em todo o ano de 2009, quando foram realizados 13 negócios.
Março concentrou o maior volume de operações. A transação mais recente ocorreu neste mês, em que o grupo Alta Alegre comprou a usina Cofercatu. Entre os grandes negócios de 2010 estão a aquisição da Brenco pela ETH Bioenergia e a união entre Cosan e Shell.
A movimentação tem sido impulsionada por fusões e aquisições entre empresas brasileiras, segundo levantamento da KPMG, que afirma que não é possível elencar os valores gerais, já que muitas envolvidas não possuem capital aberto e não divulgam as informações.
Das 13 transações registradas, sete foram domésticas -de compra de empresa brasileira por outra brasileira. Três negócios foram do tipo CB1, em que um estrangeiro compra de brasileiro no Brasil, dois foram CB3 -brasileiro comprando de estrangeiro no Brasil- e um foi CB4, de estrangeiro comprando de estrangeiro no país.
“Isso aponta que o movimento ocorre entre as médias, que são as brasileiras. As que estão mais abaixo no ranking estão se juntando para se protegerem ou se fortalecerem, ganharem musculatura e, quem sabe, serem vendidas ou compradas no futuro”, diz André Castello Branco, sócio da KPMG.
Neste ano, a quantidade de transações deve voltar ao nível de 2007 -ano recorde de fusões e aquisições.
O setor ainda é pulverizado, com 430 indústrias sucroalcooleiras. Entre 2007 e 2008, os dez maiores grupos detinham 28% do mercado. Já em 2009 e 2010, essa participação subiu para 34% (Folha de S.Paulo, 15/4/10)