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Produtor de Mato Grosso banca 35% da safra

 

safra1A atual safra de soja, que segue com avanços na colheita, exigiu um montante de R$ 7,2 bilhões para ser financiada, conforme previsão do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT). Deste total, 35% foi custeado com recursos do próprio sojicultor, num montante equivalente a R$ 2,45 bilhões.
A cada safra, o recurso próprio utilizado para custeio tem aumentado. Há três anos, apenas 10% do investimento na produção da oleaginosa era proveniente do bolso do próprio sojicultor.
A avaliação é do gerente financeiro e de commodities da Agroamazônia, José Alcy Nóbrega Filho. “Com a crise financeira e o endividamento, associado à proibição de abertura de novas áreas, o produtor foi obrigado a se reorganizar e se capitalizar”, explica.
A principal preocupação do sojicultor na tomada de crédito, lembra Nóbrega, é para garantir o plantio.
Em períodos de baixa cotação do grão no mercado, como tem ocorrido na safra 09/10, uma das modalidades mais utilizadas para adquirir sementes e insumos é a troca do grão com as revendas de agroquímicos.
o gerente da Agroamazônia revela que para a safra 10/11, essa modalidade deve representar até 45% das negociações. “Na última safra, esse tipo de negócio envolvia 25%”.
Outra opção, segundo o gerente, é a compra dos insumos com moeda local, em dólar ou real. “Gostamos mais da modalidade de troca, porque quem faz a análise de risco na hora de comercializar o grão somos nós e dessa forma dificilmente enfrentamos inadimplência”, explica.
Ele acrescenta que para o sojicultor essa opção também é mais adequada. “O produtor não quer ter que se preocupar com especulações de mercado”, avalia.
Nóbrega comenta, ainda, que desde a safra 06/07 as tradings (empresas de comércio exterior) não financiam mais insumos em moeda. “Agora, elas entregam o fertilizante, por exemplo, em troca do grão, por causa do problema da inadimplência”, diz.
A trading Amaggi, responsável pela comercialização e exportação de soja e milho pelo grupo André Maggi, prevê manter na safra atual, segundo a assessoria de imprensa do grupo, o mesmo nível de financiamento da safra anterior. Na época, foram concedidos US$ 200 milhões em empréstimos para os agricultores de soja e milho no Estado.
De acordo com o Imea-MT, 35% da safra 09/10 foi financiado pelas tradings, num volume financeiro de R$ 2,52 bilhões. As revendas e agroquímicas respondem por 14% do volume de empréstimos, num total aproximado de R$ 1,01 bilhão.

02/03/2010

Fonte:Só Notíci