CUPIM MARINHO TEM ENZIMA CAPAZ DE PRODUZIR BIOCOMBUSTÍVEL
Animal é famoso por destruir grandes navios.
Temidos pelos pescadores e navegadores, o gribble – crustáceo muito pequeno considerado o cupim dos mares – será fundamental para estudos que possam aumentar a capacidade de produção dos biocombustíveis.
Pesquisadores do Centro de Bioenergia Sustentável (BBSRC) da Universidade de York e de Portsmouth, no Reino Unido, descobriram que o animal tem um sistema digestivo com enzimas que podem conter o segredo que transforma madeira e palha em biocombustíveis líquidos.
No estudo, coordenado pelos professores Simon McQuuen-Mason, Neil Bruce (BBSRC) e Simon Cragg, da Universidade de Portsmouth, foi revelado que o trato digestivo do cupim marinho é cheio das enzimas responsáveis por atacar os polímeros que compõem a madeira. Uma das mais abundantes é a que degrada celulose. Esse tipo de enzima nunca antes havia sido encontrado em animais.
Ao contrário dos cupins comuns, o gribble não tem os micróbios úteis em seu organismo e compensa isso com a presença de todas as enzimas necessárias para digerir a madeira e transformá-la.
O professor McQuuen-Mason, do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse que a descoberta gera boas perspectivas.
– Isso pode fornecer pistas sobre a forma como essa conversão [da madeira] poderia ser realizada em um ambiente industrial.
O próximo passo dos pesquisadores será estudar detalhes sobre a ação da enzima e se elas podem ser adaptadas para aplicações industriais. No futuro, navegantes poderão percorrer os mares com navios movidos a biocombustíveis produzidos a partir do cupim marinho (R7, 10/3/10)