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DESAFIO PARA SAFRA DE CANA É RECUPERAR COMPETITIVIDADE, DIZ UDOP

Segundo presidente da União dos Produtores de Bioenergia, perda de competitividade foi causada por crescimento desenfreado do setor
O presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), José Carlos Toledo, afirmou, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, que o desafio para o setor sucroalcooleiro na safra 2010/2011 de cana-de-açúcar será recuperar a competitividade, após enfrentar crises de preços baixos de açúcar e álcool e ainda a de falta de liquidez no mercado. Segundo ele, a perda de competitividade foi causada ainda com um crescimento desenfreado do setor, de 13% ao ano entre 2005 e 2009. “Esse crescimento exponenciou nossas dificuldades”, disse.
Toledo afirmou que as quedas recentes nos preços do açúcar e do álcool não assustam o setor neste início de safra. Para ele, as companhias terão condições de estocar o combustível durante a produção e evitar uma volatilidade de preços, principalmente após a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para que grupos produtores possam comercializar o produto. Sobre o açúcar, o presidente da Udop avalia que os preços devam seguir remuneradores por um período razoável, o que favorecerá os produtores brasileiros.
“É um cenário diferente da safra passada, quando poucos aproveitaram as oportunidades de preços altos, pois saíam da crise”. Ainda sobre etanol, Toledo avalia que o crescimento no mercado internacional independe das vantagens ambientais que o combustível renovável traz em relação aos derivados de petróleo. “A visão é econômica: o consumo de etanol sobe quando o preço do petróleo aumenta”.
Na entrevista, Toledo considerou ainda positiva a ampliação da participação estrangeira no setor produtivo de açúcar e álcool brasileiro e elogiou, mas considerou uma exceção, a aquisição, anunciada nesta quarta-feira, 10, do controle acionário da Infinity Bio-Energy pelo Grupo Bertin. Segundo ele, a operação segue na contramão do mercado, pois marca a compra de uma companhia estrangeira por uma brasileira.
Por fim, Toledo rasgou elogios e disse que o setor tem muito carinho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamado por ele de “garoto propaganda do etanol brasileiro”. O executivo também elogiou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à sucessão de Lula, mas evitou falar sobre um apoio do setor a ela. “O apoio é delicado, porque, como entidade, a Udop não faz isso”. Toledo previu ainda que a Feicana, que receberá a visita de Dilma durante a tarde desta quarta, deve movimentar R$ 1 bilhão em negócios e ser o marco da recuperação do setor (Agência Estado, 10/3/10)