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AgroGestão: é preciso repensar a forma de acesso ao mercado internacional

pratini2Construir ou adquirir indústrias no exterior é a nova estratégia para conquistar os mercados internacionais. Esse foi o foco da palestra do ex-ministro da agricultura e presidente do Comitê de Estratégia Empresarial do Grupo JBS Friboi – maior do mundo –  Marcus Vinícius Pratini de Moraes,  nesta semana, durante o AgroGestão – Congresso Nacional da Gestão do Agronegócio – no Centro de Cultura e Eventos em Chapecó.

 

Atualmente, a maior parte do consumo de proteína animal ocorre nos países emergentes. Estudos, apontados por Pratini, mostram que o consumo de carne suína terá crescimento de 15% no período de 2009 a 2018; o consumo de carne de frango obterá crescimento de 18% no mesmo período e o consumo de carne bovina será 13% maior. O crescimento médio nesse período será de 16%. “Precisamos produzir mais para atender a crescente  demanda”, salientou.

 

A agricultura brasileira obteve grande avanço nos últimos anos. O motivo desse crescimento, reforçou o palestrante, é porque o Brasil é o país que mais produz tecnologias agrícolas, além de ter empresários com espírito inovador. “Nosso desafio é dobrar a produção agrícola em 40 anos. Temos água, solo e dois ingredientes fundamentais para o desenvolvimento da agricultura: tecnologia avançada e capacidade empresarial”, destacou.

 

Outro estudo mostrou que durante a safra de 1990/1991, o Brasil colheu cerca de 37 milhões de toneladas em área cultivada de 37,8 milhões de hectares. Em 10 anos, a safra alcançou mais de 83 milhões de toneladas em área de 37,9 ha. “Isso significa que temos capacidade de aumentar a produção sem aumentar a área plantada”.

 

O palestrante destacou ainda, que em três safras, houve crescimento de aproximadamente 50% na produção agrícola. O cenário foi de grande aumento de produtividade. “Temos condições de produzir e de abastecer mercados mundiais. Tradicionalmente, o Brasil foi um país comprado e, de repente, aprendemos que somos capazes de fazer preço”, ressaltou.

 

Outro tema abordado foi a questão das barreiras ambientais que estão sendo levantadas. Pratini assinalou que os países importadores estão criando barreiras ambientais, porém, esquecem que são eles os maiores poluidores. “Os grandes poluidores são China, EUA, Austrália e Índia”.

 

Para o palestrante, é fundamental repensar o conceito de buscar acesso ao mercado internacional. Não se deve aproveitar o mercado somente na base da exportação, é necessário buscar estratégias para investir fora. “É necessário construir indústrias no exterior com metade da matéria-prima brasileira e metade local”.

 

Ao falar dos desafios para investir no mercado internacional, Pratini lembrou que o Brasil sempre foi “comprado”. “O preço do nosso café é fixado em Nova Iorque e o preço da nossa soja é fixado em Chicago”, exemplificou ao entrar na questão do marketing.

 

Na visão do palestrante, o Brasil não é bom em estratégias de marketing. Apresentou exemplos de águas minerais francesas vendidas no Brasil. “Será que a nossa água não é boa? Qual é o diferencial oferecido pelos franceses? Eles sabem fazer marketing”, questionou.

 

É necessário que o Brasil aprenda a agregar valor e a preliminar para fazer marketing é valorizar o que é produzido no país.

 

Outro fator importante para o desenvolvimento da produção brasileira, abordado durante a explanação, foi a questão da logística. “Temos que ser os melhores em proteína animal e, seremos, mas para isso temos que investir em marketing e logística”.

 

A partir de 2006, mais da metade dos seres humanos passaram a viver nas cidades, fazendo com que as vendas de alimentos semi-elaborados aumentem cada vez mais. “Nesse mundo moderno há espaço para produção de alimentos baseados em proteína animal. Temos que investir em alimentos processados, congelados etc”. 

pratiniPara finalizar, Pratini, estimulou o público a buscar estratégias para investir no  mercado internacional. “Temos oportunidades promissoras e para isso, precisamos investir em propaganda, encontros gastronômicos, enfim, investir em marketing.  
Fonte:
MARCOS A. BEDIN

Registro de jornalista profissional MTE SC-00085-JP

Matrícula SJPSC 0172