LEI KANDIR ONERA O AGRONEGÓCIO, DIZ LOVATELLI

200701121111330agronegocios11“A Lei Kandir já teve o seu mérito. É preciso mexer nela.” Essa é a afirmação de Carlo Lovatelli, presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness).
A lei, de 1996, hoje onera os produtos agrícolas de maior valor agregado, diz Lovatelli. “O país perde receita por exportar mais grão que óleo e farelo.” A lei foi criada para estimular as exportações, isentando os produtos primários de ICMS.
Lovatelli acrescenta que a lei acaba, indiretamente, estimulando investimentos industriais em outros países, como China, e exportando emprego, por não ter construção de fábricas no país.
Um dos efeitos nocivos da guerra fiscal é a influência que exerce sobre decisões de investimento, diz. “O empresário faz uma fábrica em um Estado por causa do benefício fiscal, em detrimento de uma melhor logística.”
A deficiência nessa área é outro entrave para o agronegócio. Segundo Lovatelli, o governo Lula poderia ter realizado mais investimentos em infraestrutura e logística.
“Foi uma oportunidade perdida. Se não investir, vai parar lá na frente”, afirma.
A cada ano, o país bate recorde de produção de soja e, segundo ele, vai ter, mais uma vez, fila de caminhão para descarregar nos portos (Folha de S.Paulo, 17/3/10)