ADUBAÇÃO NITROGENADA NAS PASTAGENS – Por que, quando e como fazer ?

 
   

 

Com a perda das áreas de pastagens para outras culturas, com a alta velocidade em evoluir o processo de degradação dos pastos e com o início do período chuvoso, aumentam-se os investimentos no setor pecuário relacionado com a adubação das pastagens, isto na procura de uma melhor produção de massa verde por área, maior capacidade de lotação e consequentemente aumento na lucratividade da atividade. Dentro deste contexto a adubação nitrogenada é uma prática que muitas vezes não é utilizada e, quando feita, geralmente é de maneira incorreta.

Deve-se ter em mente que para a utilização da adubação nitrogenada o ideal é corrigir o solo de acordo com a análise do solo, ou seja: é necessário fazer a calagem para fornecer Cálcio (50 a 60% da CTC), Magnésio (10 a 20% da CTC ), elevar o ph do solo e neutralizar o Alumínio, Manganês e Ferro em níveis tóxicos. É necessário também fazer adubações de manutenção com Fósforo e Potássio (3 a 5% da CTC) se necessários.

POR QUE ADUBAR COM NITROGÊNIO?

 

De forma geral o Nitrogênio(N) é o mais importante nutriente das gramíneas forrageiras, sendo o principal constituinte das proteínas que está diretamente ligado com o tamanho das folhas, desenvolvimento dos perfilhos, tamanho dos colmos e com a quantidade e qualidade da Proteína Bruta (PB) ingerida pelo animal.

A deficiência de nitrogênio pode ser evidenciada quando o capim apresenta coloração das folhas de verde pálido a amarelado, crescimento vagaroso, florescimento retardado, pouco perfilhamento e sistema radicular pouco desenvolvido.

Todo nitrogênio presente no solo, ou é provindo da atmosfera (fixação simbiótica) ou da mineralização da matéria orgânica (apenas 5% da MO contém Nitrogênio, sendo apenas 2% disponível). Visto que estas fontes de N não são suficientes para suprir as exigências das plantas, faz-se necessário a complementação com adubos químicos.

QUANDO ADUBAR?

A época de adubação é um fator de grande importância e deve ser feito nos períodos do ano que apresentam maiores índices pluviométricos, ou seja, na maioria das regiões do país entre outubro e março, que é o período de início das chuvas até o começo da seca respectivamente. É importante que a adubação seja parcelada de 3 a 6 vezes para culturas perenes visando minimizar as percas e otimizar a utilização do nutriente.

 

TIPOS DE ADUBOS NITROGENADOS

Uréia
· 45% de nitrogênio
· 90% dos casos usado erroneamente
· Deve ser aplicado em dias nublados de preferência antes da chuva ou com umidade no solo, porém nunca nas horas quentes do dia.
· Perdas por volatilização de ate 30%
· Menor custo do kg de N

Sulfato de Amônio
· 21 % de Nitrogênio
· Poucas perdas de N
· Maior custo do kg de N
· Fonte de enxofre
· Maior poder de acidificação

Nitrato de amônio
· 33% de Nitrogênio
· Maior custo do kg de N
· Higroscópico
· Menores perdas de N

Nitrocálcio
· 27% de N
· Maior custo por kg de N
· Menor poder de acidificação
· Maior solubilidade
· Fonte de Cálcio e Magnésio


COMO E EM QUE QUANTIDADE ADUBAR?

O sucesso da adubação nitrogenada é definido pela dose de N e o momento da aplicação. Maiores incrementos na dose respondem com maiores produção de matéria seca e maiores teores de proteína de forragem. Geralmente capins respondem a até 1600 kg de N/ha/ano, porém a eficiência de utilização cai à medida que se ultrapassa 300-450 kg de N/ha/ano. A aplicação do adubo deve ser feito por cobertura a lanço de forma uniforme na pastagem.

 

Deste modo recomenda-se 3 tipos de dosagem para os cultivares de panicum dependendo do grau de intensificação:

1. Leve
· 100 kg de N/ha/ano
· Elevar o P para 8ppm e o K para 3,5% da CTC.
· Lotação media: 3UA/ha

2. Media
· 200 kg de N/ha/ano
· Elevar o P para 12ppm e o K para 4% da CTC
· Lotação média : 6UA/ha

3. Alta
· 300 kg de N/ha
· Elevar o P para 15ppm e o K para 5% da CTC
· Lotação média: 8UA/ha

OBS: Exemplo prático para a região de arenito.

UA/ha
Uréia
Sulfato de amônio
Nitrato de amônio
Nitrocalcio
Leve
3
222 Kg/ha
476 kg/ha
303 kg/ha
370 kg/ha
Media
6
444 Kg/ha
952 kg/ha
606 kg/ha
740 kg/ha
Alta
8
666 Kg/ha
1428 kg/ha
909 kg/ha
1111 kg/ha

 

 

CONCLUSÃO

Em virtude do alto custo, a aplicação de adubos nitrogenados deve ser feita de maneira correta para que sejam minimizadas as perdas e maximizado a utilização do nutriente pelas pastagens. Para que isto ocorra é necessário que haja uma boa formação dos pastos com uma boa cobertura vegetal, correto manejo dos animais e do capim, adubação adequada de P, K e calagem e aplicação de doses corretas em períodos adequados, respeitando os níveis de intensidade da exploração agropecuária.

Palavras chaves na adubação: boa formação dos pastos, correto manejo do capim, adubação adequada, doses corretas e períodos adequados.


REFERÊNCIA:
· Apostila de forragicultura – UEL
Prof. José Moura Filho

 

Tiago Galafassi Zarpelon
Graduando em Zootecnia-UEL

 

   
Autor: Tiago Galafassi Zarpelon
Email: limousin@limousin.com.br