Os campos da fartura trazem colheita recorde

 

soja2Nada incomoda tanto aos ignorantes como a luz, a consciência e a razão. Pois quando se projeta uma nova safra recorde para 2009/2010, vêm à lembrança os disparates que temos ouvido nos últimos anos sobre a questão agrária no Brasil. Os chamados movimentos sociais – e qual movimento da população que não é social, começando pelos que trabalham? – têm buscado agitar bandeiras que, até algum tempo atrás, ninguém questionava. No entanto, o radicalismo, as invasões e as cenas de vandalismo mostradas para todos os brasileiros sepultaram as últimas resmas de simpatia que ainda existiam no imaginário popular. As células ideológicas tratam de demonizar a propriedade privada, o latifúndio e, por fim, o próprio agronegócio, grande fonte de renda para o Brasil. Então, a maior parte dos seus erros provém da falsa definição ou das noções falazes que eles têm sobre o que é bom e mau para a sociedade. Mesmo assim, o Movimento dos Sem Terra (MST) insiste em negar o que julga ser mentiras dos poderosos do campo, apenas ditas de um modo mais elegante e novo. Mas como ser contra os quase 145 milhões de toneladas de grãos que devemos colher proximamente? Como arrancar da terra tanta fartura sem a tecnologia? Ah, mas a agricultura familiar é importante também. Claro que é. Mas não será destruindo o agronegócio que levaremos apoio e tecnologia aos que produzem de maneira mais simples e em menor quantidade.
A ciência e a tecnologia no campo representam poder e riqueza, está provado. As nações mais inteligentes e sábias serão, consequentemente, as mais ricas, fortes e poderosas. Não é isso o que acontece no mundo desde muitos séculos? Inglaterra, França e, agora, os Estados Unidos não são ou foram as nações mais poderosas econômica, politica, cultural e militarmente com base no conhecimento e na tecnologia? As surradas teorias contra a agropecuária extensiva não resistem às análises mais superficiais. Contra fatos não há argumentos e a colheita recorde que se aproxima é a prova disso. O Rio Grande do Sul sempre foi bem quando a sua agropecuária foi melhor. Esse é um dado histórico, não promoção deste ou daquele governo. Para acabar com a insatisfação e as invasões que não convencem a mais ninguém, a manipulação ideológica de pessoas que não têm vocação para as lides campesinas e apenas estão desocupadas e, por isso, aceitam servir de massa de manobra, cabe também uma ação conjunta de prefeituras, estados e da União, criando agrovilas. Mas fazê-las e entregá-las prontas, com toda a infraestrutura e com acesso aos centros de armazenamento, comercialização e consumo. Hoje em dia parece que poucos querem ser governados porque muitos aspiram e se acreditam hábeis a mandar nos demais. É o caso dos movimentos sociais que, em minoria, julgam ter as fórmulas mágicas da produção, do emprego, da moradia, da educação e da saúde. Não está se dizendo aqui que promover uma distribuição de terras aos que estão em busca dela para produzir seja algo nefasto. No entanto, a maneira como está sendo feito o processo indica que não levará a nada ou muito pouco será conseguido. Vamos festejar o agronegócio. A safra nacional de grãos deste ano deverá atingir 143,4 milhões de toneladas, com expansão de 7,2% sobre a obtida em 2009, que somou 133,8 milhões de toneladas. Isso é o que interessa. Finalmente, dizer que apesar dessa safra ainda há pessoas passando fome no Brasil e no Rio Grande é autêntico sofisma. É frase dos que, querendo parecer originais, se tornam ridículos ou extravagantes.

 

22/03/2010

Fonte:Jornal do Comércio2161077