RAÇA DE SUÍNOS

pork1Características das raças para banha

Embora existam raças criadas exclusivamente para produção de banha (lard type) e outras para carne (bacon type), outras há que tanto se prestam para um fim como para outro, dependendo o tipo, sobretudo da alimentação e do regime a que os animais são submetidos. Por este motivo não fazemos uma nítida divisão entre as raças suínas.
O “Wiltshire type” é um porco para carne (bacon) bem comprido e de ótima qualidade. A manta de toucinho do lombo, entre os 80 e 100 Kg é bastante reduzida, 03 a 04 cm. Esses melhores tipos para carne, cujo mais perfeito é representado pela Landrace Dinamarquesa, é comerciado geralmente sob forma resfriada, enquanto a carne de animais com maior abundância de gordura é transformada em conserva, para seu melhor aproveitamento industrial.
A descrição do porco tipo banha, em vista da preferência atual pelos porcos tipo carne, tem aqui o principal objetivo de mostrar o contraste de caracteres dos dois tipos.
Pelagem variável, o aspecto da pele e dos pelos é importante como indicador de qualidade. Os pelos devem ser lisos, macios, abundantes e, se demasiadamente fino, denotam fraqueza do animal. A pele deve ser lisa e macia de maneira uniforme, não escamosa e livre de pregas, que aparecem, sobretudo no adulto, nas espáduas, garganta, face e lados. Ocorrem mais facilmente se a raça tem o couro grosso.
Peso e Estatura variáveis. Os membros são em regra baixos.
Cabeça muito variável, segundo a raça, regularmente curta, dependendo do comprimento do focinho que deveria ser curto e não grosseiro. Os olhos são bem afastados, visíveis, as bochechas cheias e lisas, as orelhas muito variáveis em forma e tamanho, devem ser bem ligadas à cabeça, de textura fina, cobertas de pelos finos. As bochechas são ainda espessas carnudas e arredondadas.
Pescoço curto, largo e profundo, arredondado em cima, insensivelmente ligado à cabeça e às paletas.
Corpo largo, profundo, simétrico, baixo, liso, compacto. O peito é largo e cheio, com a ponta bem projetada para frente. As espáduas devem ser lisas e cheias, sobretudo em cima, bem cobertas de carne, bem ligadas às regiões vizinhas, sem depressão: não devem ser grosseiros nem salientes, Os costados, largos e profundos, com o cilhadouro cheio. A linha dorso-lombar deve ser comprida uniformemente larga e arqueada. Este arqueamento é variável, segundo a raça, porém nunca á muito pronunciado, diminuindo também com a idade, O lombo deve ser da mesma largura do dorso e a garupa, e na mesma linha. A garupa deve ser longa, da mesma largura geral do como, continuando suavemente a linha dorso-lombar A cauda muitas vezes é inserida baixo, Os pernis são largos, bem descidos, lisos, sem pregas, arredondados, Os lados devem ser longos, profundos, com costelas bem arredondadas ou chatas, segundo a raça, uniformemente lisos, O ventre deve ser bem sustido, com a linha inferior quase direita, salvo na porca criadeira. Os flancos são cheios, espessos, baixos.
Membros curtos, fortes, direitos, afastados, dispostos no solo num retângulo, com boas quartelas, unhas não muito separadas, O curvilhão deve ser um pouco espesso, seco e nítido.

Características das raças para carne

Os porcos para a produção de carne – tipo carne, tipo Bacon ou Wiltshire – são mais esguios, compridos e pernudos, de pescoço mais longo que os do tipo para banha, que são muito mais compactos e baixos.
Pelagem de acordo com a raça. Os pelos devem ser finos, lisos e a pele sem pregas, lisa.
Peso e Estatura de médio a grande, de acordo com a idade e a raça. Deve pesar de 80 a 100Kg no ato do abate.
Cabeça um pouco mais longa que no tipo de banha, leve, com a marrafa larga e cheia, olhos bem espaçados, brilhantes e cheios. As orelhas são moderadamente finas, franjadas com cerdas finas. O focinho, de médio comprimento, não grosseiro. As bochechas, nítidas, não pendentes, de regular largura e musculatura.
Pescoço de comprimento médio, musculoso, sem ser arqueado em cima.
Corpo longo, profundo, liso, bem equilibrado ou com o quarto posterior predominando Peito largo e cheio, espáduas bem postas, bem cobertas, lisas. A linha superior é uniformemente arqueada, variando o arqueamento com a raça. O garrote, de mesma largura do resto das costas. O dorso e lombo são regularmente largos, musculados e fortes. A garupa, de mesma largura das costas, comprida, em nível, com a cauda de inserção alta. O tórax é cheio, com costelas longas e arqueadas. O costado é comprido, regularmente profundo e chato, no mesmo plano das espáduas, sem depressão no cilhadouro, formando um plano. Flanco cheio e baixo, ventre firme, espesso e bem sustido. Os pernis são cheios, carnudos, firmes, descidos, não muito bombeados, sem pregas.
Membros afastados, direitos, bem dispostos no solo, fortes, porém não grosseiros, com quartelas levantadas e cascos firmes. Os membros anteriores são de altura média e os posteriores um pouco compridos no geral. Locomovem-se, com facilidade, em linha reta.
A fêmea difere do macho pela cabeça e corpo mais leves e mais delicados, pescoço menos maciço, pelos mais finos, especialmente no pescoço e não terá menos que 12 tetas bem separadas e glandulosas. As diferenças sexuais, entretanto só se acentuam com a idade, sendo pequenas na ocasião da matança, em média aos 07 meses.

Raças nacionais

Piau, Canastra, Canastrão, Caruncho, Nilo, Macau, Piratininga, Pereira, Tatuí, Junqueira, Pinhal, Pedreira.
Obs: São animais para produção de banha, toucinho, rústicos, pouco precoce (tardios), pouco prolificos, podendo atingir 60Kg de peso vivo aos 6 meses, pouco exigente no trato.

Raças estrangeiras

São raças altamente especializadas na produção de carne, bastante precoce, (tardios), pouco prolífica (maior nº de leitões pardos), bastante econômica.
Duroc (EUA), Polland China (EUA), Hampshire (EUA), Landrace (Dinamarca), Yorkshire (EUA), Lanaschwein (Alemanha), Wes-sex, Large White, Berkshire (Inglaterra), Pietrain (Bélgica), Edelswein (Alemanha).

Principais raças para mães
Landrece, Large White, Wessex; Sendo que das três a melhor é a Wessex.

Principais características:

– Aptidão materna;
– Alta prolíficidade;
– Boa capacidade de produção de leite;
– Pequena espessura do toucinho;
– Boa conversão alimentar.

Principais raças para pais
Duroc, Hampshire, este último para fêmeas cruzadas.

Principais características:

– Elevada conversão alimentar;
– Elevada capacidade de produção de carne;
– Boa qualidade da carcaça;
– Alta precocidade.

Valores de herdabilidade para suínos
Comprimento da carcaça 60%
Espessura do toucinho 50%
Pernil em relação ao peso carcaça 60%
Cortes gordos sobre o peso da carcaça 60%
Gordura 63%
Conversão alimentar (C.A.) 31%
Velocidade do crescimento (Precocidade) 29%
Peso da ninhada na desmama 17%
nº de leitões desmamados 12%
nº de leitões nascidos 15%

Local da cobertura: porca na pocilga do porco.

Berkshire

Antiga raça, bastante uniforme, obtida no Sul da Inglaterra entre 1780-1850, por cruzamento do antigo porco do tipo Céltico, com porcos Chineses, Siameses e Napolitanos. Foi uma das raças mais populares e cosmopolitas para a produção de bacon. Os de origem norte-americana são mais altos, mais longos e mais delgados, que os ingleses.

Descrição:

Peso 70-80 Kg aos 06 meses, 120-150 aos 12; 200-250 nos reprodutores.
Pelagem preta, com os 6 pontos brancos: as quatro patas, o focinho e a vassoura da cauda. São admitidas pequenas manchas brancas na paleta, lados, etc. Um tom bronzeado sobre o fundo preto é condenável, embora não desqualifique. As malhas brancas sofrem uma variação maior ou menor na sua extensão, porém sua ausência desvaloriza o animal. São ainda admitidas pequenas manchas avermelhadas sobre o fundo preto. As cerdas são abundantes, finas, lisas, muito duras, tolerando-se apenas que sejam fresadas ao nível da nuca. A pele é preta, fina e livre de rugas.
Cabeça curta e larga, de perfil ultracôncavo, fronte larga, entre as orelhas e olhos. Focinho curto e largo. Olhos grandes, proeminentes e afastados. Orelhas de tamanho médio, direitas, e algumas vezes eretas, um pouco inclinadas para frente, especialmente com a idade, afastadas e de textura fina, nitidamente ligadas à cabeça. Ganachas cheias, leves lisa, sem papada.
No Berkshire americano o perfil é menos côncavo, o focinho mais longo e menos arrebitado, de forma que sua face não é tão curta como antigamente.
Pescoço curto, regularmente largo em cima, levemente arcado e bem ligado.
Corpo notavelmente longo, moderadamente largo, profundo, refinado, quase cilíndrico. É condenável na raça o tipo curto e compacto. A linha superior é direita e ligeiramente arcada, a inferior direita e bem sustida, e as laterais direitas e planas. As espáduas são largas e afastadas, bem cobertas, tanto dos lados como na ponta, não mais larga que o corpo. Tórax largo e profundo, sem depressão atrás das espáduas. Dorso e rins levemente arqueados, espessamente musculados, longos, largos e cheios. Às vezes os rins são um pouco mais estreitos que o resto do corpo, o que constitui defeito. A garupa deve ser longa, plana, larga, sendo condenável a garupa curta e caída, ou estreita, o que ocorre às vezes. Os lados são muito bem feitos: longos, direitos, profundos e lisos, com os flancos baixos e cheios. A linha do ventre será direita, sendo um grave defeito o ventre caído, alvo na porca criadeira, pois o ventre deve ser largo, firme e carnudo, mostrando bom desenvolvimento das mamas na porca. Os pernis são bem desenvolvidos, espessos, cheios e bombeados até o curvilhão.
Membros curtos, direitos, fortes, aprumados, dispostos bem separados no solo, com articulações secas, ossatura boa (fina e densa) e pesunhas direitas. No americano, os membros têm um comprimento moderado.

Aptidões e qualidades

O Berkshire é um porco de aparência muito atrativa, intermediário na produção de carne (bacon), pois embora seja muito bem musculado, sua carne é entreverada e possue regular manta de toucinho. É bastante vigoroso, rústico, adaptando bem à criação semi-intensiva. É uma das raças de maior poder de aclimação, dando-se bem em nosso país e pode ser recomendada para melhorar a forma e a musculatura de nossos porcos comuns, deficientes nestas qualidades. É ativo, tendo boa disposição para pastar. A prolificidade é apenas média, de 8 a 6 leitões. A precocidade é boa, porém, aos 6-7 meses, seu peso não se pode comparar com o -de raças mais pesadas, mas sim em idade mais avançada. Tem tendência a engordar, com a idade. Suas carcaças são boas para carne fresca, mas para a produção de carne magra não pode competir com a Landrace e seus mestiços.

Wessex

São contraditórias as opiniões sobre a origem desta raça, embora seu aperfeiçoamento seja relativamente recente. O Pig-Book foi estabelecido em 1918. Consta que era criado na Ilha de Puerbeck, na Grã-Bretanha, há mais de 100 anos (200 anos, segundo outros). Provavelmente esta referência diz respeito a porcos pretos, cintados. Foi melhorado na Inglaterra, com a introdução do sangue Napolitano e possivelmente Chinês. Cria-se principalmente no condado de Wessex e na Irlanda. Deu origem ao Hampshire Americano, com exportações que se fizeram do Hampshire em 1825 e anos subseqüentes. A nós, nos parece que na formação do Hampshire (americano) interveio o Berkshire. A não ser na pelagem, as duas raças – Wessex e Hampshire – são hoje tão distintas, uma da outra, que seria recomendável no Brasil não se falar em “Hampshire Inglês” para evitar confusão. Na Inglaterra é a segunda raça em importância, vindo logo depois da Yorkshire.

Descrição:

Pelagem – Corpo inteiramente preto, com exceção de uma faixa branca, que desce da cruz pelas paletas e braços até atingir as unhas e que não deve ultrapassar 2/3 do comprimento do corpo. Será defeituosa se demasiado larga ou estreita. Não devem ocorrer malhas brancas em outras regiões. Debaixo da malha branca a pele deveria ser despigmentada. Os pelos devem ser lisos, finos e bem assentados, constituindo defeito redemoinhos, cerdas frizadas e pele enrugada, aliás, como em todas as raças aqui descritas.
Cabeça um pouco comprida, com focinho forte e direito, de tamanho regular, e fronte ligeiramente côncava e pouco larga, e sem papada. As orelhas são largas, grandes, de grossura média, dirigidas para frente e para baixo, aproximadas, sem taparem os olhos, nem serem caídas. Pescoço médio e musculoso.
Corpo bastante longo, igualmente largo e espesso, com a linha superior ligeiramente arcada, a cruz e a anca quase do mesmo nível. O tórax é largo e profundo, as espáduas pequenas e pouco aparentes, bem ligadas ao pescoço, à cruz e ao costado. O dorso e lombo são igualmente largos e musculosos, quase retos e a garupa longa, levemente inclinada. As costelas são bem arcadas e o ventre sustido, com pelo menos 12 tetas boas bem dispostas. A cauda é forte e comprida, com um tufo de pelos pretos longos na ponta.
Membros fortes e aprumados, aparentemente curtos, sobretudo devido ao grande comprimento do corpo. A ossatura e a musculatura são bem desenvolvidas. Os pernis são bem conformados, descidos e cheios, sem excesso de graxa. Andar firme, direito e desembaraçado.

Aptidões e qualidades

O Wessex é um porco que se dá excelentemente num regime de pastoreio em todas as fases da criação. Pertence ao tipo intermediário, mas pode ser usado também para carne magra, principalmente nos cruzamentos com Landrace.
É uma raça notável pela prolificidade, produtividade, mansidão e excepcional qualidade materna. São muito leiteiras e capazes de aleitar grandes ninhadas de leitões, robustos e uniformes. Em 1947, de 3000 parições, se obtiveram 9,96 leitões em média, dos quais se criaram 8,39. As reprodutoras não têm tanta tendência a engordar como se observa nalgumas raças americanas, principalmente se em regime de pastoreio. É bastante rústica, suporta bem as variações de temperatura, tendo se adaptado perfeitamente ao Brasil, onde foi introduzida em 1934 pelo Ministério da Agricultura. Seu prestigio nos Estados do Centro e do Sul é cada vez maior. Os mestiços provenientes de seu cruzamento com as porcas de raça nacional são excepcionalmente bons. Podem, pois servir de lastro para melhoramento dos rebanhos mais primitivos.
Os leitões crescem rapidamente e revelam grande eficiência em transformar os alimentos, conseguindo o aumento de 1 Kg de peso vivo com 3,5 Kg de alimentos concentrados. Tem havido casos de se conseguir o mesmo com 2,8 Kg, emparelhando-se com as mais eficientes raças modernas. Os capadetes Wessex com um ano de idade podem atingir 140 Kg. Os adultos pesam 250 Kg ou mais, tratando-se, portanto de uma raça grande. Esta raça deve entrar forçosamente nos cruzamentos tríplices industriais, particularmente ao lado da Landrace. Na Inglaterra entra nos planos de cruzamento com a Yorkshire, o que também pode e é feito neste país.

Yorkshire

Descendem de uma antiga raça de porcos grandes, pernudos e ossudos do Norte da Inglaterra. No seu melhoramento houve poucos cruzamentos, devendo-se quase exclusivamente à seleção, para a qual contribuíram, sobretudo Wainman e Duckering. Seu pedigree foi estabelecido em 1884.
É a raça mais numerosa e mais importante na Grã-Bretanha, tendo sido exportada para 46 paises, em muitos dos quais se destaca entre as demais.
Esta raça possui mais duas variedades: a Middle-White e a Small White, esta última sem importância. A primeira, que já gozou de certa reputação, está em decadência. Quando se fala em Yorkshire, refere-se à variedade Large ou Large White – a maior.

Descrição:

Peso 100-120 Kg aos 6-7 meses, 150 (até mais de 200) aos 12 meses e 250-400 quando adultos, chegando a 500 Kg nos capados idosos.
Pelagem branca, com cerdas finas, sedosas, meio cerradas, uniforme-mente distribuídas. As cerdas fresadas ou pretas constituem defeito. Estima-se que sejam onduladas sobre os rins. A pele é rosada, nada anêmica, macia elástica, fina, sem rugas, possuindo freqüentemente manchas azuis (“Freckles”), que só são condenáveis quando excessivamente abundantes e escuras.
Cabeça média, proporcionada, de perfil côncavo, fronte larga, face lisa, olhos afastados e abertos, com olhar franco. Focinho sólido, largo, sem ser grosseiro. As orelhas são de tamanho e largura médios, finas, ligeiramente inclinadas para frente, franjadas de cerdas finas e vigorosas, caracteres estes que se acentuam no adulto. Bochechas enxutas, sem papada.
Pescoço cônico e musculoso, comprido, com forte ligação com a espádua e dando suficiente liberdade às ganachas.
Corpo comprido e profundo, de largura moderada e uniforme em todo o seu comprimento, com a linha dorso-lombar arqueada. As espáduas são oblíquas, musculadas, arredondadas, pouco salientes nas pontas, com o garrote em abóbada. O peito é alto e largo, descendo entre os membros anteriores. O dorso direito, durante a marcha, um pouco arcado em repouso. Rim espesso em abóbada (não ogival) com ligação insensível com a garupa, a qual é inclinada, de ancas afastadas e superfície retangular, formando uma curva harmoniosa com as nádegas. Flanco curto, no mesmo plano da anca, ventre bem sustido com sua linha paralela ao solo, 6 a 7 pares de mamas bem destacadas, globulosas e essencialmente glandulares. Cauda ligada alta em prolongamento com a garupa, grossa na base e afinando-se para a extremidade.
Membros altos, relativamente finos, com articulações secas e sólidas, bem dispostas no solo e aprumados. Os joelhos não devem desviar-se para dentro ou para trás. Os boletos são bem sustidos e os jarretes bem colocados. As coxas são largas e as nádegas espessas, com o bordo livre ligeiramente convexo, terminando perto da ponta do jarrete e dando ótimo pernil. Durante a marcha, os membros devem mover-se num plano paralelo ao corpo e não em ziguezigue. Pesunhos fortes e lisos.

Aptidões e qualidades

A aptidão predominante da raça é a produção de carne. O toicinho é uniformemente distribuído. Os capadetes frigorificados (Wiltshiresides) mais famosos do mundo são originais da Dinamarca e proveniente desta raça com a Landrace.
A precocidade é extraordinária, crescendo os leitões rapidamente e produzindo carne abundante. Aos 7-8 meses rendem 80-90 Kg de carne limpa. A fecundidade também é muito boa: dá 10-12 leitões, que criam bem, sendo às vezes o leite insuficiente para as grandes ninhadas.
É um porco de bom temperamento, vivo, disposto, rústico, vigoroso de constituição. Anda e pasta bem, apresentando como único defeito para nós sua pele rosada, facilmente afetada pelos raios solares.
É uma das raças mais perfeita para a produção de carne fresca e bacon, recomendada entre nós para cruzamentos e criação intensiva, requerendo alimentação equilibrada e abundante devido sua precocidade.

O porco Landrace vem sendo aperfeiçoado pelos Dinamarqueses há mais de um século, visando, além de conformação ideal para a produção de carne magra, excelentes qualidades criatorias. Este objetivo foi conseguido por meio de uma persistente e racional seleção, baseada em prova da descendência.
Hoje, os melhores exemplares representam o que se pode chamar de “tipo clássico” do produtor de carne magra. Como nenhum pais tivesse conseguido resultados semelhantes, com suas raças, passaram a introduzi-lo, quer para a formação de novas raças (Canadá, Estados Unidos), quer para melhorar as raças locais para carne magra, (Holanda, Alemanha, Inglaterra, Suécia, Finlândia, França, etc). Esse trabalho constituiu um verdadeiro processo de absorção de outras raças, pelo cruzamento continuo, para a formação do “puro-por-cruza”. Assim se formaram as variedades hoje conhecidas como Landrace holandês, L. alemão, L. sueco, L. inglês, selecionadas sob o padrão Landrace.
O próprio Pig Book Brasileiro, por sugestão de L.C. Pinheiro Machado, passou a admitir a fusão de todas as Landrace, sob o mesmo titulo geral, desaparecendo o Landsweine (Iandrace alemã antiga), que não mais representa o tipo atual.
A maioria dos Landrace introduzidos no Brasil é de Holandeses, Suecos, e em menor escala, Alemão e Inglês. A Dinamarca não exporta seus reprodutores.
O Landrace ocupa hoje o 3º lugar em número de reprodutores neste país, vindo logo depois do Duroc e Wessex. Os melhores cruzamentos para carne foram obtidos com o uso do cachaço Landrace sobre porcas Duroc, Wessex e mestiças dessas duas raças.
A descrição das raças alemãs, Landschweine e Edelschweine, constantes das edições anteriores foi suprimida porque tendem a desaparecer a curto prazo, embora ainda existam alguns rebanhos e remanescentes.

Descrição:

Cabeça comprida, de perfil sub côncavo, larga entre as orelhas e com queixadas leves. As orelhas são compridas, finas, inclinadas para frente, do tipo Céltico. Não devem ser grandes e pesadas, nem eretas, o que constitui defeito mais grave.
Corpo da mais perfeita conformação para a produção de carne, bastante comprido e enxuto, de igual largura e espessura em todo o comprimento. O dorso e lombo são compridos e direitos, em ligeira ascensão, a garupa alta e comprida de cauda com inserção alta, espáduas finas, leves, pouco aparentes, costados profundos, bem arqueado, sem depressões e finalmente com ventre plano, linha inferior firme e no mínimo 12 tetas boas bem localizadas.
Membros são fortes, corretamente aprumados, com quartelas, articulações e tendões curtos e elásticos e unhas fortes e iguais. Os pernis são amplos, cheios até o garrão, sem rugas horizontais. Pelagem branca, fina e sedosa, sem redemoinhos ou pelos crespos. Em qualquer parte do corpo, os pelos crespos acarretam desclassificação. A pele é fina solta e sem rugas, despigmentada, porém para as regiões tropicais prefere-se que seja coberta com manchas escuras.
Peso – Os adultos atingem 250-300 Kg. Aos 6-7 meses atingem 80-100 Kg, ponto de matança.

Aptidões e qualidades

O Landrace é muito prolífico, precoce, produtivo, dotado de perfis bem conformados, de modo a atender perfeitamente ao tipo ideal de porco tipo carne.
Nos cruzamentos com raças exóticas ou nacionais melhora a carcaça, produzindo bons mestiços para carne. Quando criado puro, devido à pelagem branca, exige maior proteção contra os raios solares, por meio de abrigos ou árvores de sombra nos piquetes. Para revelar toda sua alta aptidão produtiva necessita de alimentação adequada. A conversão é boa, mas suplantada por outras raças.

Duroc Jersey

A raça Duroc Jersey é originária do Nordeste dos Estados Unidos, proveniente de porcas vermelhas de New Jersey (Jersey Reds) e de varrascos também vermelhos de New York (The Durocs), em 1875. Essas duas raças que lhe deram formação foram constituídas por suínos trazidos pelos navios negreiros (Guine Breed), outros importados de Portugal e Espanha e também os “Red Berkshires”, todos vermelhos.
Muitos foram os criadores que contribuíram para a formação da raça, por isso não há nomes a destacar.
É a raça mais numerosa nos Estados Unidos, sendo ainda popular em muitas republicas americanas, Canadá, Itália, etc. No Brasil já foi a raça estrangeira mais importante, porém hoje ela geralmente participa de cruzamentos com outras raças mais aperfeiçoadas para carne magra.

Descrição:

Peso aos 6 meses 70 Kg (até 90), aos 12 meses, 160 Kg nos machos e 130 nas fêmeas. Nos machos adultos 270 Kg e nas fêmeas 225. Os capados velhos podem atingir até 500 Kg. Reprodutores preparados para a exposição, alcançam respectivamente 350 e 300 Kg.
Pelagem vermelha uniforme, preferivelmente cereja brilhante. Há algumas famílias de cor vermelho dourado, que parecem ter mais tendência para banha.
Atenção: O castanho, o creme e o violeta são cores indesejáveis. As cerdas são lisas, cobrem bem o corpo, porém não devem ser excessivamente abundantes e muitas menos fresados. A cor castanha é freqüentemente associada a animal grosseiro e as claras, à moleza. Um tom muito claro no ventre e nos membros é defeito, assim como manchas pretas na barriga, porém não desqualificam a menos que sejam muito grandes. Defeito muito mais grave é a presença de cerdas pretas ou brancas. O couro é moderadamente grosso e macio.
Cabeça de tamanho médio, um pouco mais comprida que a do Polland China, porém não parece longa. A face é um pouco cavada (intermediária entre a do Polland China e do Berkshire), entretanto são comuns os porcos de perfil direito (sub-concavo). O focinho é médio, a fronte larga entre as orelhas e os olhos. As orelhas devem ser de tamanho média, inclinada para frente e ligeiramente para fora, com uma curva para frente e para baixo, mas não devem cair sobre os olhos e a face; às vezes é apenas quebrada na ponta, entretanto não devem ser nem muito grandes, nem redondas, nem grosseiras, nem cabanas. Os olhos são vivos, brilhantes e salientes. As mandíbulas devem ser moderadamente largas, cheias, nítidas, lisas e sem papada.
Pescoço curto espesso, profundo e ligeiramente arqueado.
O corpo deve ser grande, maciço e liso: comprido, profundo, uniforme e moderadamente largo, esbelto, simétrico, bem arqueado.
O peito é largo, com o esterno saliente. O tórax é grande, amplo e profundo, com as costelas bem arcadas, cheio atrás da paleta. As espáduas são moderadas em largura, profundas e cheias. O dorso e lombo são bem musculados e lisos, da mesma largura das espáduas e dos presuntos. Às vezes, o lombo é estreitado, o que constitui defeito. Os lados são bem compridos musculados, cheios, planos e lisos. A barriga deve ser direita e cheia, bem sustida, nem estreita, nem pendente, com boas tetas. Aparecem animais um pouco barrigudos, o que é desculpável, não sendo em demasia. A garupa é da mesma largura do corpo, arredondada ou arqueada, não muito caída. Cauda alta, de tamanho regular, larga na base, afinando-se, peluda na ponta, não muito comprida e enrolada.
Os membros são fortes sem serem grosseiros, aprumados, moderadamente altos, de boa ossatura. Os pernis são compridos, largos, cheios, firmes, porém observa-se nos tipos modernos que os animais mais pernudos tendem a ser deficientes em largura e profundidade. As quartelas são firmes e os cascos sólidos, locomovendo-se com facilidade e levemente. O desvio dos joelhos é um defeito que pode ocorrer.

Aptidões e qualidades

O antigo porco Duroc, grande produtor de banha e toucinho, transformou-se gradativamente num tipo “intermediário” para carne e toucinho, e mais recentemente seus criadores vem se esforçando para diminuir cada vez mais a manta de toucinho, para transformá-lo num animal do tipo “carne”, mais alto, comprido e delgado. Acreditam alguns, contudo, que o excesso de refinamento prejudicaria suas qualidades mais valiosas, que são o vigor e a rusticidade. O Duroc foi a raça que melhor se comportou no Brasil, exceto quanto a prolificidade e qualidades criadeiras da porca.
Sua carcaça vale mais pela quantidade que pela qualidade, por isso, neste país é raramente criado em estado puro para a produção industrial, sendo cruzados com Landrace, Yorkshire, Wessex, etc. para a produção de carne magra, e com as porcas de raças nacionais e mestiças (onde a suinocultura é mais atrasada) para a produção dum tipo intermediário.
É um porco ativo, vigoroso, manso se bem manejado. As porcas parem em média 09 leitões, criando 07. É também bastante precoce, desenvolve-se rapidamente, pasta bem, suportando bem os calores dos trópicos. Seus mestiços com porcas nacionais são superiores em conformação quanto à precocidade e disposição à engorda. Para os criadores menos experientes é a raça mais recomendada pela sua capacidade de desenvolvimento e de adaptação, entretanto, tanto os puros como os mestiços são muito exigentes e podem degenerar pela deficiência de proteína (farinha de carne, leite desnatado, sangue, etc.), vitaminas (verdes) e minerais, o que tem sido a causa da maioria dos fracassos.

Polland China

O Polland China é originário dos condados de Butler e Warren em Ohio (E. Unidos). Sua verdadeira origem não é bem conhecida, porém, até 1816 os porcos locais, de origem espanhola tinham sido cruzados com porcos brancos “Byfield” e “Russo”; nesta ocasião foi introduzido o “Big China” também branco, formando o chamado “Warren Country Hog”. De 1830 a 40, foram introduzidos o “Berkshire”e o “lrish Grazier”, este branco. A palavra “polland” parece nenhuma relação tem com a Polônia, e sim da pelagem vermelha ou branca suja, que naquele tempo era chamada “polland”.
Os iniciadores da raça foram os Shakers de Union Village. Muitos outros contribuiram na sua formação, porém, seu aperfeiçoamento foi, sobretudo devido a Peter Mown, de Iowa. O espécime mais importante da raça foi a porca “Harkrader 950-0”, que é considerada a mãe da raça “Polland-China”. Até nossos dias, a raça foi submetida a numerosas transformações.
Nos Estados Unidos esta raça foi quase tão importante quanto a Duroc Jersey, ocupando o segundo lugar. Várias repúblicas americanas, o Canadá, a Rússia criam esta raça. Mais recentemente a sua variedade “Malhada” vem ganhando maior importância.

Descrição:

Peso de 130-160 Kg aos 12 meses, 250 Kg nos machos e 200 nas fêmeas quando adultos. Com bom manejo e alimentação correta, atingem pesos maiores, e o de mercado aos 6-7 meses.
Pelagem preta lustrosa, com seis malhas brancas: nos pés, focinho e cauda. As malhas das patas deveriam atingir a metade da canela. As vezes falta alguma dessas malhas ou aparecem outras, pequenas e brancas, extras, na bochecha, paleta, flancos ou coxas, o que não é considerado defeito grave. Os pelos são finos, lisos e macios, cobrindo bem e uniformemente o corpo, sem tendência a ondular ou frisar. Couro de média espessura.
Cabeça média, larga, com a face ligeiramente cavada (subcôncava). Focinho médio, forte. Queixadas cheias, redondas e lisas, porém é comum excesso de desenvolvimento. Olhos grandes e afastados. Orelhas médias em tamanho e espessura, afastadas, inclinadas para diante e ligeiramente para fora, não caídas sobre os olhos e a face, ligeiramente caídas ou dobradas na ponta. Constitui defeito a orelha grosseira, pesada e caída.
Pescoço de comprimento médio, leve na fêmea, espesso e mais largo e arcado no macho.
Corpo comprido, cheio em todo o comprimento, longo, profundo e largo, medianamente elevado, de largura e profundidade uniformes, com a linha de cima bem arqueada, com a máxima curvatura nas ancas.
As espáduas devem ser largas, musculadas, bem ligadas às regiões subjacentes. Encontram-se, porém, algumas vezes, espáduas salientes. O peito deve ser largo e o tórax amplo: largo, profundo e cheio no cilhadouro. O dorso e o lombo são fortes, compridos, de largura uniforme e boa, bem arcados, arredondados para os lados. A garupa deve ser da mesma largura do corpo, moderadamente inclinada, com a cauda bem inserida, porém freqüentemente é muito caída, com cauda baixa, arredondando com as nádegas. Os lados são cheios, longos, profundos, lisos e paralelos, por conseqüência bem musculados. A presença de rugas é muito condenável. O ventre deve ser bem musculado, firme, cheio, largo, direito, em nível, com bom desenvolvimento das mamas na porca. Os perfis devem ser largos, firmes e lisos, profundos e bombeados, bem descidos até o curvilhão. O desenvolvimento do pernil chega a ser exagerado, e não é muito apreciado devido à sua moleza.
Membros fortes, afastados, aprumados (direitos), bem musculados acima das articulações, de comprimento médio, os posteriores mais altos. Os jovens são muito mais pernudos. Ossatura forte e densa, sem ser grosseira. Quartelas curtas e fortes, quase direitas e cascos fortes e juntos, qualidades que se salientam nesta raça. Devem locomover-se com facilidade e graciosamente.
Esta raça foi criada para a produção de banha e toicinho, sendo notável sua predisposição à engorda, mormente quando alimentada com esta finalidade. Então adquire rapidamente uma espessa camada de toucinho, que entretanto não tem bastante firmeza nem distribuição uniforme. Existiam entretanto, ha muito tempo, linhagens selecionadas para a produção de carne e, muitas vezes, o tipo comum era empregado para este fim, mediante uma alimentação e regime adequados e abate aos 6 meses.

Aptidões e qualidades

Acompanhando a mesma tendência dos criadores de Duroc, passou-se a dar maior atenção à qualidade da carcaça, que acusava excesso de gordura em vários cortes. Assim o “Polland-China” foi se transformando num porco mais enxuto, mais pernudo, de corpo mais comprido e fino e pernis menos desenvolvidos. A manta de toucinho foi reduzida.
É uma raça bastante precoce e das que melhor aproveita o alimento (Ótima conversão). Comparativamente à Duroc os animais são muito mais mansos, Como pastadores não são nem bons, nem maus, porque não são muito ativos, por cuja razão não é recomendado para criações puramente extensivas, como o é o Duroc.
A prolificidade é inferior à de outras raças americanas, sendo em média de 7,5 leitões por parição, número esse um pouco mais elevado em certas famílias.
Entre nós a raça se mostrou muito sensível à criação em consangüinidade, a qual provoca uma rápida diminuição no número de leitões e mesmo esterilidade. Tem sido esta provavelmente a única causa pela qual não tenha tido maior expansão, pois é popular em toda a América, Só quando numa região houver muitos criadores que possam trocar seus reprodutores para operar um refrescamento de sangue, a raça poderá prosperar.
Nos cruzamentos com as porcas comuns dá mestiços muito bons, sob qualquer ponto de vista que se considere, pois transmite a eles suas excelentes qualidades e não os defeitos.
A variedade “Spotted Polland China”, cuja pelagem é branca com malhas pretas, semelhantes às do nosso Piau, vem adquirindo uma reputação crescente. Em sua formação entrou a “Gloucester Old Spot”, outro porco pintado inglês. Sua pelagem é considerada preta malhada de branco devendo ter 50% de branco, ou 20% pelo menos. Embora se assemelhe bastante ao Polland-China na conformação e aptidões, é considerada com menor tendência para banha e, portanto mais para carne, é mais prolífica e mais ativa.
A Polland China é uma das raças que podem ser recomendadas para os cruzamentos tríplices, alternativo

Hampshire

Esta raça, antigamente chamada “Thin Rind” (até 1904), diverge hoje bastante de sua fonte original. Formou-se no Kentucky e no Sul de Indiana, derivada de porcos ingleses do Hampshire, introduzidos em 1825.
O iniciador da raça foi o Major Joel Garnett, tornando-se conhecida a partir de 1893, quando se estabeleceu seu registro. Seu melhoramento e expansão são bem mais recentes. Atualmente, existem, na Inglaterra, outras raças muito semelhantes pela pelagem e alguns outros atributos: a “Wessex Saddleback” e a “Essex”, além da “Sussex” um pouco menos conhecida. Porcos dessas raças, introduzidos no Brasil, eram freqüentemente chamados “Hampshires ingleses”.Nos Estados Unidos é uma das raças mais populares, criada principalmente para produção de carne fresca.

Descrição:

Peso considerado de tamanho médio, 200-300 Kg nos adultos, 60 Kg aos 6 meses, 135 Kg aos 12 e aos 18. O macho pesa 160 e a fêmea 145 Kg. Pelagem preta com uma faixa (cinta branca de 4 a 12 polegadas) abrangendo os membros anteriores. Essa cinta, sendo incompleta, ou ocupando mais de um quarto do comprimento do corpo, é considerada defeito, porém os defeitos maiores que a desqualificam são: pés, ou membros posteriores brancos, branco na barriga, pequenas manchas pretas na cinta branca, pelagem inteiramente preta ou de cor vermelha. O couro é fino e macio. As cerdas são de comprimento médio, finas, lisas, regularmente distribuídas.
A cabeça deveria ser de comprimento médio, porém é freqüentemente um pouco comprida, de largura média, às vezes um pouco estreita. O perfil da fronte e focinho é quase direito (sub-côncavo), as bochechas e ganachas leves, secas e finas, sem papada. As orelhas são de comprimento médio, ligeiramente inclinadas para fora e pra a frente, direitas, não devendo ser quebradas ou caídas. Orelhas muito grandes e cabanas constituem defeito grave. Os olhos devem ser vivos, sem pregas em volta.
Pescoço curto e leve, ligando bem a cabeça à paleta.
Corpo bastante comprido, regularmente musculado, não muito espesso, sendo intermediário, como porco de carne. As espáduas são das melhores que existem em porcos, médias em tamanho, bem unidas às regiões subjacentes, em linha com o dorso. O costado é longo e cheio, não muito alto. O dorso e rins são bem musculados, lisos, firmes, de largura média uniforme em todo o seu comprimento e levemente arcados. Um defeito comum nesta raça é um estreitamento das espáduas para a garupa. Os lados constituem dois planos paralelos, (livres de rugas e depressões. Os flancos são bem descidos e o ventre cheio, firme, paralelo ao solo, nas porcas, com mamas bem desenvolvidas. A garupa deve ser longa, da mesma largura do corpo e levemente arredondada, porém é freqüentemente deficiente nestas qualidades.Os pernis devem ser compridos, profundos, firmes, sem gordura excessiva, porém lhes faltam, às vezes, espessura e profundidade.
Cauda média, ligeiramente enrolada.
Membros de médio comprimento, ossatura regular, articulações e cascos fortes, quartelas quase direitas, dispostos em quadrilátero no solo, separados e aprumados.

Aptidões e qualidades

O Hampshire é um porco ativo, vigoroso, vivo, rústico, gracioso, de aspecto atraente, um pouco esbelto. Alguns indivíduos são nervosos. Sua aptidão dominante é a produção de carne fresca (Wiltshireside). Suas carcaças são especiais, devido à grande quantidade de carne limpa, com uma produção mínima de carnes de corte de 2ª categoria. A carne é magra, de grão fino e o revestimento de gordura um pouco mole e um presunto um pouco deficiente, não tão adequado para conserva (“bacon”). Dá, entretanto, poucos desperdícios nos cortes para tal fim.
A prolificidade regula ser de 9 leitões por parição, criando 7,5, pois as porcas são muito cuidadosas e excelentes criadeiras. A precocidade é muito boa, embora não possa competir com outras raças maiores.
Aproveitam bem os alimentos, levando neste ponto vantagem sobre muitas raças. Pastam bem, crescem rapidamente, engordam lentamente. o que constitui uma vantagem para a produção de carne.
Transmite em grande parte suas qualidades aos mestiços. Introduzido no Brasil bem mais recentemente que o Duroc e o Polland, tem prosperado regularmente, o que diz bem de sua adaptação às condições criatórias brasileiras. Pode ser uma das raças escolhidas para cruzamento industriais.

Raças de menor interesse

As raças seguintes são ainda criadas em nosso país em pequena escala. Conquanto possuam boas qualidades, não se espera que venham a desempenhar em futuro próximo algum papel importante em nossa Suinocultura. Por isso sua descrição será bastante reduzida. 7.3.8

Tamvtorth

É uma antiga raça inglesa, grande, de pelagem vermelho dourada, semelhante a do Duroc, contudo difere facilmente deste por causa de suas orelhas grandes, eretas e seu focinho comprido, quase direito. Sua conformação é típica para carne: corpo comprido, profundo, cilíndrico, sobre membros altos e fortes.
Cria-se facilmente, pasta bem e sua criação já foi tentada pelo menos em meia dúzia de Estados.

Large Black

É outra raça antiqüíssima da Inglaterra, originária do tipo Celta. Desde há muitos anos vem sendo esporadicamente introduzida no país, à semelhança do Tamworth. É um porco grande (300 Kg) do tipo de carne, comprido e de membros aparentemente mais curtos que Tamworth. Sua pelagem é preta, uniforme.
A cabeça é larga, de focinho comprido e grosso, com orelhas grandes, grossas e cabanas, caindo sobre os olhos. A conformação do corpo para carne é boa: comprido e igualmente espesso e largo das espáduas à garupa, com bons presuntos. Foi lembrado para melhorar o Canastrão.

Middle-White

Antiga variedade de porte médio da raça Yorkshire, pertencendo tipo bacon, foi introduzida, e ainda é criada em pequena escala no Brasil. Parece um Berkshire branco, nas suas características de conformação.
Sua pelagem é branca, com cerdas finas, abundantes e pele rosada, sem manchas. Cabeça característica, forte, curta e larga, com perfil ultra-côncavo, focinho arrebitado, cabeça larga, orelhas curtas, eretas, com o bordo provido de cerdas finas.
O corpo é largo, profundo e compacto, cilindrocónico, com a linha dorso-lombar quase direita e horizontal. Os membros são curtos, bem separados e aprumados.
Suas qualidades são semelhantes às do Berk na produção de carne, mais gorda do que nos tipos modernos. As qualidades criadeiras, precocidade, adaptação, etc. em nosso país são apenas regulares. Como porco branco, nunca foi muito estimado.

Pietrain

Raça belga, de formação recente, foi introduzida com certo alarde no país. Parece possuir boas qualidades de adaptação, criação e produção, porém não supera as três raças mais importantes (Landrace, Duroc e Wessex) nos cruzamentos para a produção de carne magra.
É um porco grande, comprido, compacto, bem musculado, como trem posterior mais desenvolvido que o anterior (característica do Landrace que deve ter entrado em sua formação), o qual entretanto é bem mais cheio que nas raças de carne, sugerindo aos seus criadores o cognome de “porco de dois presuntos”.
Sua pelagem é de fundo claro, malhado de preto (tipo Piau). A cabeça é larga, côncava, com orelhas médias, grossas, dirigidas para a frente, horizontalmente. No conjunto lembra um mestiço Berk x Landrace.
Sua carcaça é inferior à do Landrace e seus mestiços em comprimento, cobertura de toucinho, etc., mas apresenta maior olho do lombo. Tem boa precocidade, eficiência transformadora, prolificidade e qualidades criadeiras.

Raças Brasileiras

No Brasil não existia porco doméstico por ocasião de sua descoberta. Foram os colonizadores, principalmente portugueses e espanhóis, que trouxeram exemplares de suas raças naturais e primitivos, cujos descendentes ainda sobrevivem, segregados, mas sem maior importância, por todo o interior. Pertenciam essas raças aos 3 troncos originais e fundamentais de todas as raças atuais de sumos: Céltico – porco grande e tardio, descendente do javali europeu, Asiático – porcos pequenos, de orelhas curtas e grande propensão à engorda, descendente do indiano e finalmente o Ibérico, intermediário, de hibridação remota dos dois troncos.
O estudo das chamadas “raças” suinas nacionais tem hoje objetivo exclusivamente científico, de interesse no campo da genética e etnografia, principalmente.
Porcos pequenos, por exemplo, como o “Tatuzinho”, podem ser interessantes como “animal de laboratório”, para estudos de fisiologia, nutrição, veterinária;.etc., porque podem ser criados em pequem espaço e com pouco gasto em alimentação e manejo.
Os representantes mais típicos e puros do tronco Céltico são: o canastrão, o do Ibérico, o Canastra e o Nilo-Canastra, e o do Asiático, o Tatu e o Caruncho. Todas são raças sóbrias, pouco exigentes, pouco prolificas, tardias, mal conformadas, pouco musculadas, criadas com o objetivo de produzir banha. Como atualmente este tipo deixou de ser econômico e devido à maior procura da carne, alimentos mais escassos, perderam o interesse por parte dos criadores e vão desaparecendo à medida que a civilização penetra para o interior. Não merecem mais que uma descrição sumária.
Algumas raças brasileiras sofreram infusão de sangue das raças aperfeiçoadas estrangeiras, mas diversas 07 não conseguiram sobreviver por muito tempo e as restantes não o conseguirão. É que o porco degenera facilmente quando criado em consangüinidade e, es raças obtidas, mantidas em “rebanho fechado” por limitado número de criadores, não conseguiram contornar o problema.
Aliás fracassos semelhantes ocorrem em outros países da Europa e da América do Norte, de maneira que não há pêlo em confessarmos nossos insucessos. Em trabalhos desta natureza, não se sabe de antemão, quais serão os resultados finais, por melhores que sejam nossos conhecimentos de genética.
Faremos pois uma descrição bastante sumária das raças brasileiras.

Canastrão

Raça natural melhorada, derivada da Bizarra, portuguesa, filia-se ao tipo Céltico, de corpo grande (machos com 220 Kg e fêmeas 200 Kg quando adultos), cabeça grossa, perfil côncavo, fronte deprimida, pregueada, focinho grosso, orelhas grandes e cabanas; pescoço longo, com papada; linha dorso-lombar sinuosa e estreita; membros compridos e fortes.
Pelagem preta ou vermelha, segundo a variedade regional. Pele grossa e pregueada, cerdas fortes e ralas.
O Canastrão é ainda disseminado no sertão mais distante, mas raríssimo na região mais populosa. Muito tardio, é engordado no segundo ano. As fêmeas são prolíficas e boas mães.

Canastra

Raça natural melhorada (?) do tipo Ibérico, supostamente derivada das raças portuguesas Alentejana e Transtagana. Já foi muito disseminada no Brasil com diversas denominações, principalmente Meia-Perna.
Considerada de porte médio (os adultos pesavam 150 a 160 Kg, mas supomos que este peso se refere a animais gordos). Tem a cabeça pequena e leve, com perfil sub-côncavo, focinho antes curto, bochechas largas e pendentes, às vezes com brincos, orelhas médias e horizontais, oblíquas para frente. Pescoço curto e largo, corpo de proporções médias, um pouco roliço, com a linha superior geralmente um pouco enseada, membros curtos separados, de ossatura fina. Utilizado na produção de banha.

Canastrinho

O Canastrinho é um grupo de animais menores, de tipo Asiático, introduzido do Oriente pelos colonizadores portugueses, do qual resultaram algumas variedades regionais com os nomes de Nilo, Macau, Tatu, Baé, Perna-curta, Carunchinho, etc., cuja conformação é semelhante, porém podem apresentar diferenças de pelagens, orelhas, etc. Derivam de porcos Chineses, Siameses, Conchinchinos, de Macau, etc.
O corpo é pequeno, baixo e compacto, com ventre desenvolvido, membros finos e curtos. Tem pouca musculatura e ossatura.
São bastante sóbrios, mansos, caseiros, podem ser prolíficos ou não, conforme o rebanho. Especializado na produção de banha, criado, sobretudo por pequenos sitiantes para consumo doméstico.
A pelagem pode ser preta, vermelha, malhada, de pelos abundantes, ralos ou ausentes (pelado), conforme a variedade.

Piau

A palavra Piau, de origem indígena, significa “malhado”, “pintado”. Para o leigo, todo o porco de fundo brancacento e malhas pretas (ou escuras), redondas ou irregulares, é um Piau. Existem Piaus grandes, médios e pequenos. Alguns ganharam alguma reputação como raça e foram justamente os que resultaram de cruzamentos com raças aperfeiçoadas estrangeiras, como o Goiano, Francano, do Triângulo Mineiro, o Junqueira (só de raças estrangeiras), o de Canchim (São Carlos-SP), o de Piracicaba-SP, o de São José-SP, etc. Chegou-se a estabelecer um padrão para a raça, de autoria de A. Teixeira Viana, para esses grupos mais valiosos e maiores, porém não nos parece que a raça se fixe.
Um tipo mais fixo e mais antigo é o Caruncho Piau, um pouco maior que o Carunchinho e menor que o Piau. Possui uma variedade vermelha, a Sorocaba, de tamanho médio e aptidão intermediária, provavelmente melhorada por cruzamento com Duroc. Parece-nos que a formação desta raça vem sendo bem orientada para um porco fácil de criar, que possa entrar nos cruzamentos para produção de carne.

Nilo Canastra

Este tipo de porco, relativamente antigo, como raça natural do país, é considerado fruto do cruzamento do Nilo (porco pequeno pelado, do tipo Asiático) com o Canastra. Entretanto o tipo existe em Portugal, onde é um dos representantes do porco Ibérico.
Foi melhorado na ESALQ, a princípio por Athanassof e depois por Torres. O Ministério da Agricultura também fez algumas tentativas neste sentido. Os resultado obtidos, embora razoavelmente bons, não podem ser aproveitados com objetivos práticos, a não ser como lastro para cruzamentos.
Em Minas já houve criações importantes de Pirapetinga, (que difere do Nilo sobretudo por caracteres da cabeça) as quais vão dando lugar as de outras raças mais produtivas.
É considerado um porco de tamanho médio, de corpo comprido e estreito, com pouca musculatura e ossatura, prolíficidade e precocidade médias, desprovido de pelos ou com cerdas ralas, em virtude do que não serve para as regiões frias.
É do tipo de banha, rústico. Já teve grande reputação no Estado de São Pauto e Minas