Defesa agropecuária: Paranaenses enxergam 'predisposição' política

 

Apesar de o Paraná, junto com o Mato Grosso do Sul, ter identificado casos febre aftosa no Brasil, em 2005, o governo do Estado defende que existem condições para que a vacinação seja suspensa e o status sanitário elevado para área livre sem vacinação. É por esse motivo que no início do segundo semestre deste ano o Ministério da Agricultura realizará auditoria no Estado para avaliar se as condições são ou não favoráveis.
“A situação é favorável para nós. Há uma predisposição política para dar sequência ao processo e todas as sorologias feitas para detectar a presença do vírus no ambiente deram negativas. Tecnicamente, o vírus não está circulando”, disse Marco Antônio Teixeira Pinto, chefe da divisão de fiscalização de sanidade animal da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná. Segundo Teixeira Pinto, os candidatos ao governo do Paraná se mostraram favoráveis à ideia e se comprometeram a não interromper o processo para o fim da vacinação.
Ele defende que nenhum foco da doença com isolamento sanitário surgiu nos últimos 17 anos. O caso de 2005 foi considerado “vínculo epidemiológico”, ou seja, quando não ocorrem o isolamento da área e o sacrifício de animais dentro de um raio de abrangência.
Segundo Teixeira Pinto, o Estado investe por ano R$ 30 milhões na defesa agropecuária, valor que precisará ser reajustado caso o Paraná seja considerado área livre sem vacinação. “Temos que substituir a vacinação por um sistema de defesa maior. Já reequipamos nosso sistema, vamos aumentar a estrutura de vigilância para conseguir atender tudo o que o Ministério nos cobrará em sua auditoria”, afirma Teixeira Pinto.
O Paraná já está preparado para realizar a primeira etapa da campanha de vacinação, em maio, que pode ser a última. A expectativa é que a segunda etapa, de novembro, já não ocorra mais. Em defesa da manutenção da vacinação, uma fonte do mercado argumenta: “Suspender a vacinação e conseguir o status é fácil. Difícil é se manter nessa condição”. (AI)

23/03/2010

Fonte:Valor Econômico