CAESB LANÇA PROJETO PARA FABRICAR BIODIESEL

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) lançou, nesta quinta-feira (25), o Projeto Biguá – Biodísel, que tem como objetivo a produção de combustível a partir do óleo de cozinha usado. A idéia nasceu de um projeto anterior, o Biguá, que aproveita o óleo para fabricar sabão.
A ideia é fruto de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Agroenergia), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater -DF) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), que angariou recursos do financiamento não-reembolsável da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no valor de R$ 2,5 milhões . Esse valor será usado para a construção da usina que irá produzir o biodiesel. A capacidade de produção da unidade deve chegar a cinco mil litros por dia.
“O projeto da usina já foi aprovado, o convênio com a Finep já foi assinado. A obra deve começar em menos de 30 dias e até o final do ano teremos tudo montado e operando”, ressaltou o coordenador do projeto, Fernando Starling.
O combustível produzido deve abastecer parte da frota da Caesb, composta por 600 veículos, sendo 200 deles máquinas pesadas, caminhões, vans e ônibus que utilizam óleo diesel. Atualmente, são consumidos dois mil litros de combustível diesel por dia, que custam à Companhia R$ 120 mil por mês.
O MEIO AMBIENTE AGRADECE
O reaproveitamento do óleo de cozinha, que geralmente é descartado na pia ou no vaso sanitário, passará a ser coletado em residências e comércio. A coleta ajudará a reduzir o componente oleoso no esgoto local e, consequentemente, a poluição dos corpos hídricos do Distrito Federal.
A idéia é fazer em todo o DF uma grande campanha de recolhimento do óleo usado em frituras. “Estimamos que o nosso custo com o óleo de cozinha despejado na rede da Caesb é de 40% a 60% do total”, explicou o presidente da Caesb, Fernando Leite.
Estima-se que no Distrito Federal sejam usados cerca de 24 milhões de litros de óleo por ano. Admitindo-se que no processo de fritura haja uma perda de 50%, o volume final descartável será de 12 milhões de litros por ano, que representa uma poluição potencial de 240 trilhões de litros de água, ou seja, um volume igual ao de 428 lagos Paranoá. “Vamos estruturar e implantar um sistema sustentável de coleta do óleo de cozinha”, afirmou Leite.
De acordo com o coordenador do projeto, Fernando Starling, existem 23 pontos de coleta no Plano Piloto e, a partir de hoje, a Caesb lança mais 65 pontos onde a população vai poder se dirigir e fazer sua contribuição. Os pontos de distribuição serão espalhados em supermercados, academias e em todas as unidades da Caesb. Para facilitar a coleta do óleo usado, o objetivo é estender esses pontos para todas as administrações e escritórios regionais da Emater, parceira do projeto. “Essa é uma grande campanha que vai se agigantando a cada momento e quantos mais pontos de recolhimento tivermos, conseguiremos uma maior participação da população”, concluiu Starling.
REAPROVEITAMENTO
O óleo é uma excelente matéria-prima para dois produtos – biodiesel e sabão. O primeiro deles é feito com material biológico e tem uma série de vantagem sobre o diesel tradicional. Ele não contém chumbo nem elementos poluentes, o que aumenta a vida útil do motor. E o outro produto, o sabão, pode ser feito tanto do óleo de fritura duplo como da glicerina, que é um resíduo da produção do biodiesel. Cada 1000 litros de biodiesel geram 80 quilos de glicerina. Esta glicerina também é usada para fazer o sabão.
O projeto de coleta do óleo está na etapa piloto e conta com a parceria, já firmada, do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e similares de Brasília (Sindhobar), que doa uma média de três mil litros por mês e tem 14 estabelecimentos participantes.
Após o lançamento do projeto, outros 20 restaurantes passam a se filiar à campanha. Cada um deles recebe um selo de amigo do meio ambiente. “Para o Sindhobar foi uma oportunidade única. Sabemos que o grande volume de óleo está no nosso setor, bares, hotéis e restaurantes. Logo, para nossa categoria significa muito, pois é um projeto simples, ecológico e social”, salientou o presidente do Sindhobar, Claiton Machado.
PROJETO BIGUÁ
O projeto Biguá acontece há um ano e meio e utiliza o óleo usado como matéria prima para a fabricação de sabão. A Caesb recolhe o óleo utilizado nos restaurantes participantes e entrega para a cooperativa de mulheres no Varjão. “O projeto tem um beneficio social e ambiental. As comunidades aproveitam a matéria-prima para gerar renda”, avaliou Starling (ABN, 26/3/10)

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