ALESAT MARCHA PARA O SETOR SUCROALCOOLEIRO

A Alesat, guardadas as devidas proporções, vai seguir os passos da Shell. O grupo pretende entrar na produção e distribuição de etanol. Um banco de investimentos está embrenhado em canaviais em busca de
possibilidades de aquisição. Uma das empresas já procuradas é o Grupo Naoum, de Goiás.
Em recuperação judicial, a companhia controla três usinas com capacidade total de moagem em torno de quatro milhões de toneladas de cana por safra. Além de um acordo com o empresário Munir Naoum,
a operação depende também da aprovação dos credores do grupo.
Quem quiser mapear as pegadas da AleSat no setor basta traçar uma linha entre usinas em notória dificuldade financeira. O Grupo João Lyra, que tem plantas em Alagoas e Minas Gerais, e a Bom Jesus, de
Pernambuco, também foram contatados.
À distância, são negócios de considerável risco, dado o esforço que terá de ser feito para sanear as finanças das duas empresas. João Lyra e Bom Jesus têm um passivo, respectivamente, de R$ 850 milhões e R$ 70 milhões.
No entanto, credores das duas companhias já sinalizaram a disposição para renegociar os débitos com
expressivos ágios em caso de transferência do controle e a promessa de novos investimentos nas usinas. O plano da Alesat é ter uma capacidade de moagem superior a dez milhões de toneladas de cana em até três anos, o que reduziria consideravelmente a dependência em relação ao fornecimento de etanol por terceiros. Além da vantagem competitiva na distribuição do combustível, a entrada no setor sucroalcooleiro faz parte da estratégia de diversificação em curso na empresa. Recentemente, a Alesat entrou no segmento de lubrificantes por meio de uma parceria com a Chevron.
Ao mesmo tempo, os investimentos em etanol ajudarão no processo de engorda do grupo com vistas à futura abertura de capital
(Relatório Reservado, 1/4/10)