O brócolis faz parte da família Brassicaceae, originária do litoral da Europa Ocidental, banhado pelo oceano Atlântico, e da costa sul, no mar Mediterrâneo. Assim como as demais oleráceas – couve-flor, couve-manteiga, couve-tronchuda, couve-de-bruxelas, couve-rábano e repolho -, é derivado da couve silvestre (Brassica oleracea var. silvestris).No Brasil, existem dois tipos da hortaliça, que se diferenciam pelas características de cultivo. Mais recente no mercado, o brócolis de cabeça única – também conhecido como ninja, nome do primeiro híbrido da hortaliça no mercado nacional – é mais fácil de lidar, pois tem apenas uma colheita e dura mais tempo para o consumo. Já o tradicional tipo ramoso necessita ser colhido várias vezes e tem prazo de vida mais curto: em épocas quentes, não suporta mais de 18 horas após a colheita. Porém, para quem tem a intenção de vender direto ao consumidor, o plantio do tipo ramoso é o mais indicado. Essa variedade é mais saborosa e produtiva, com a oferta de várias colheitas ao agricultor. As principais áreas da cultura estão localizadas nas proximidades ou na própria região onde é vendido, como nos municípios paulistas de Mogi das Cruzes, Ibiúna e da capital. O clima ameno é o mais adequado para o brócolis, mas com o melhoramento genético nas últimas décadas surgiram novas cultivares e híbridos que permitem o plantio o ano todo. No entanto, é bom evitar colheita sob temperaturas quentes e o excesso de chuvas no período de formação da inflorescência.
Variedades
Dos dois tipos de brócolis (Brassica oleracea var. itálica), o ramoso é o que apresenta as cultivares mais importantes da hortaliça. A variedade de inverno é chamada de ramoso-santana, e a de verão, precoce-piracicaba. Há também o flórida, híbrido ramoso que pode ser plantado em ambas as estações. Os tipos cabeça única são todos híbridos, com várias opções no mercado, tanto para plantio no inverno quanto para o verão.
Mãos à obra
• O plantio de brócolis começa com a escolha da cultivar ou híbrido, decisão que deve ser tomada com base na época do cultivo e na preferência do mercado. Há sementes específicas para o verão e inverno, vendidas em lojas agropecuárias ou distribuidores, supermercados e mercados municipais. • As sementes são desenvolvidas em sementeira, em copinho de jornal ou ainda em bandeja de isopor, opção mais fácil para o transplantio e pegamento da muda. De 30 a 35 dias após o início do cultivo, ou quando for possível contar de quatro a seis folhas na planta, faça o transplantio para solo preparado, com dez dias de antecedência, com 60 kg/ha de nitrogênio; de 200 a 600 kg/ha de fósforo; e de 120 a 240 kg/ha de potássio. Aplique também de 3 a 4 kg/ha de boro junto com os adubos minerais e acrescente de 30 a 60 kg/ha de enxofre. • Levadas para o campo, as mudas devem ser plantadas com espaçamento de um metro entre linhas e 0,5 metro entre plantas. Em um hectare podem ser acomodadas 20 mil unidades. Na cobertura, coloque de 150 a 200 kg/ha de nitrogênio e de 60 a 120 kg/ha de potássio a cada quinze dias ao longo de dois meses. • O brócolis é exigente em boro e molibdênio, dois micronutrientes que podem ser encontrados em compostos orgânicos e em adubos químicos. Compre esses produtos na forma de ácido bórico (ou bórax) e molibdato de amônia em lojas agropecuárias. Prepare uma solução de um grama de ácido bórico em um litro de água e pulverize as folhas por três vezes no ciclo de produção. Após quinze dias do transplante, é a vez de pulverizar a mistura de 0,5 grama de molibdato de amônia em um litro de água. • No caso do brócolis em ramos, a colheita inicia-se após 75 dias do transplantio, prazo que chega a 110 dias para o tipo de cabeça única. Como o ramoso passa do ponto de consumo rapidamente, o agricultor deve ter alguns cuidados para mantê-lo tenro por mais tempo. Uma recomendação é evitar as horas mais quentes do dia para colher e comercializar a hortaliça.
Dados gerais
• Espécie: faz parte da família Brassicaceae e tem seu nome originado do italiano brocco, que significa broto. • Plantio: propaga-se por sementes cultivadas em sementeira, em copinho de jornal ou ainda em bandeja de isopor. • Solo: produz melhor em solos pesados e também nos argilosos, desde que sejam ricos em matéria orgânica. • Clima: prefere clima ameno, mas pode ser cultivada o ano todo, devido ao desenvolvimento de novas cultivares e híbridos. • Uso culinário: pode ser consumido tanto cru quanto cozido, em saladas, suflês e recheios de tortas, por exemplo. • Uso medicinal: laxativo natural, previne prisão de ventre, é fonte de vitamina A e C, proteínas, cálcio e ferro; rico em bioflavonóides e outras substâncias que protegem o organismo contra o câncer. • Colheita: o tipo ramoso é colhido 75 dias após o transplantio e o cabeça única, depois de 110 dias. • Área mínima: pode ser cultivado tanto em um pequeno canteiro quanto em um vaso. • Onde comprar: Viveiro de Mudas Selma, em Morungaba, SP, (11) 4014-7706; Viveiro de Mudas Irmãos Baptistella, em Itatiba, SP, (11) 4594-6107; Gioplanta Com. e Repres. Agr. Ltda., em Monte Mor, SP, (19) 3879-2488; I.B.S. Mudas, em Piracicaba, SP, (19) 3434-6562 ou 3421-6028. • Custo: o metro quadrado com duas plantas custa, em geral, de 0,80 real a 1,22 real, valor que não inclui o engradado para a comercialização.
Consultor: Sebastião Wilson Tivelli, pesquisador do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, Caixa Postal 28, CEP 13012-970, Campinas, SP, tel. (19) 3241-5188, ramal 374, e-mail tivelli@iac.sp.gov.br Mais informações: entre em contato com a Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do seu estado e também com os engenheiros agrônomos de prefeituras municipais.
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