FALTA ÁLCOOL NOS POSTOS DA REGIÃO DE CAMPINAS

E pior, o preço subiu em alguns pontos de venda
Está faltando álcool combustível nos postos de venda da região de Campinas, em pleno feriado de Páscoa. Em um ponto de venda em Indaiatuba, o líquido chegou no dia combinado, mas o caminhão descarregou cinco mil litros. O combinado era um volume bem maior. Uma nova remessa está prevista para sábado (3).
“Para sábado tem um pedido de dez mil litros, mas a companhia me avisou que não vai vir tudo”, disse o proprietário do posto, Edmilson Martins.
Já em Valinhos, a EPTV encontrou um posto em que o combustível havia acabado nesta manhã. Duas entregas deixaram de serem feitas. O resultado é o prejuízo para o comerciante.
Com o preço do litro do combustível caindo desde o fim de janeiro, o álcool se tornou a melhor opção para quem tem carro bicombustível. “Eu fui a dois postos em Valinhos e não consegui. Agora vou ter que colocar gasolina”, disse o motorista Américo Montedori.
Mas não é só a falta do álcool que tem tirado o sossego dos motoristas. Em uma rede de cinco postos em Campinas, a redução de entrega do produto também foi registrada. Com isso, o preço do litro subiu R$ 0.10.
Para o presidente do Sindicato dos Postos de Gasolina de Campinas e Região, Flávio Campos, é preciso uma política de estoque do produto. “Todo ano é isso, ou sobe ou falta “, disse Campos.
Com o início da safra da cana-de-açúcar o esperado era que os preços caíssem.
A assessoria de imprensa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) informou que desconhece qualquer problema de abastecimento de Etanol na região de Campinas. A Única aponta que o problema aconteceu porque as distribuidoras, principalmente em feriados prolongados, não se programam para repassar o combustível aos postos. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras disse que não foi comunicado oficialmente sobre a falta de álcool no mercado e por isso não comentará o caso (EPTV, 1/4/10)
Donos de postos temem falta de etanol nas bombas
Dificuldade de encontrar o produto nas usinas pode ser estratégia para elevar o preço, diz sindicato
Os donos de postos de combustíveis temem o desabastecimento de etanol. Segundo o comerciante Rui Fernandes Lopes, os postos estão recebendo menos combustível do que conseguem vender. Na semana passada ele teve que pedir etanol a outro posto.
“Fiquei sem porque o caminhão não conseguiu carregar na usina. Fiquei na mão mesmo. Se não fosse meus colegas, eu ficaria mais tempo sem o produto”, disse.
Um dos motivos para o aumento do consumo é o preço. O etanol está mais barato às vésperas da safra da cana. Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostram que desde o pico do valor do litro, no fim de janeiro, o preço do combustível recuou 25%, em média, na região.
Em Matão e São Carlos a queda foi de 19%; em São João da Boa Vista e Pirassununga, 12% e em Mococa chegou a 25%.
Além do desabastecimento, o Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara se mostra preocupado com a falta de explicação das usinas. O presidente da associação, João Possi, acredita que a dificuldade de encontrar o produto faz parte de uma estratégia para que o preço volte a subir.
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) não fala em desabastecimento. “Nós fizemos uma projeção e a safra é bem maior e nós temos mais produção de etanol, mais produção de açúcar re mais processamento de cana”, afirmou o representante Sérgio Prado (EPTV, 2/4/10)
Receita com exportação de etanol cai 38% em março
Venda para outros países ficaram em 68 milhões de litros.
O volume de etanol exportado pelo Brasil em março caiu 34,80% em relação ao exportado em fevereiro e registrou queda de 56,68% se comparado ao montante exportado em março de 2009. Segundo dados do Secex, as exportações de etanol em março ficaram em 68 milhões de litros ante 104,3 milhões de litros em fevereiro e 157 milhões de litros em março de 2009.
A receita obtida com as vendas ficou em US$ 40,2 milhões em março, queda de 38% em relação a fevereiro e queda de 43,4% ante março de 2009, quando as vendas externas geraram receita de US$ 71 milhões (Agência Estado, 1/4/10)
Contrato de álcool anidro existe desde 2000
Adicionado à gasolina, álcool anidro não aconteceu como produto e mercado financeiro ficou sem opção de negociação.
Há um contrato de álcool anidro em funcionamento na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), mas ele não tem liquidez, ou seja, não há negócios efetivos. Criado em 2000, esse tipo de contrato teve os últimos poucos negócios realizados em 2007 e 2008. Anidro é o tipo de álcool usado na mistura com a gasolina. Fabiana Perobelli, gerente de produtos do agronegócio da Bolsa, afirma que a expectativa, à época, era que o produto se popularizasse no exterior, o que impulsionaria os negócios no pregão. “Mas o mercado mudou e o contrato não teve a liquidez que se esperava”, afirma.
À época, os investidores tinham outras perspectivas. “Quando foi criado o contrato de anidro, havia esperava-se que diversos países iriam importá-lo para misturar à gasolina, como o Japão”, diz Carlos Widonsck, diretor para a área de commodities da corretora Souza Barros, que participou da criação do contrato de álcool, como executivo da BM&FBovespa. “Havia uma curva ascendente de demanda e uma perspectiva de internacionalização. Isso não ocorreu.”
O contrato de álcool anidro tem liquidação física. Ou seja, se um agente comprar um caminhão-tanque cheio (a quantidade mínima de um contrato, de 30 metros cúbicos) no mercado futuro, pode correr o risco de ter de estocar o produto. O vendedor, por sua vez, está sob pena de ter de buscar um caminhão de álcool na usina para entregar ao detentor do seu contrato. Os contratos com liquidação financeira não têm essa desvantagem.
Eduardo Leão de Souza, diretor-executivo da Unica, questiona exatamente o entrave que levou o contrato de álcool à paralisia: o formato de liquidação. “O contrato com liquidação financeira tem a vantagem de atrair qualquer investidor, até o especulador ou tomador de risco”, diz. “Por outro lado, quando há liquidação física, têm-se a garantia de que as cotações irão convergir para o preço praticado no mercado físico”, diz.
A possibilidade de liquidação financeira dos contratos futuros de etanol foi aberta pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no fim do ano passado. Uma portaria da ANP determinava que o combustível somente poderia ser negociado entre produtores e distribuidores. Com a mudança, entraram no segmento novos agentes, os comercializadores, que podem elevar a liquidez do mercado. “Na estrutura anterior, só o produtor assumia riscos”, afirma Souza. A expectativa, agora, é que haja mais participantes. “Se o mercado não é livre, ele não funciona”, diz Widonsck, da Souza Barros (IG, 1/4/10)
Petrobras começa a produzir etanol neste mês
A Petrobras vai começar a produzir etanol neste mês na Usina de Bambuí, na cidade mineira do mesmo nome. Essa é a primeira usina produtora de etanol do Sistema Petrobras, que adquiriu 40,4% do capital da unidade da Total Agroindústria Canaviera, por meio de sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis.
O investimento é de R$ 150 milhões e integra o Planejamento Estratégico da Petrobras para a produção de biodiesel e etanol até 2013 que soma R$ 5 bilhões. Com o aporte de capital, a capacidade de produção da usina passará de 100 milhões de litros para 204 milhões de litros de etanol por ano, já em 2012.
A meta da Petrobras é chegar ao fim do ano com uma produção de 750 milhões de litros de etanol, volume que deve passar para 4 bilhões de litros em 2013. “O crescimento será com a participação em empreendimentos já em operação e em novos projetos que a empresa pretende desenvolver nos próximos meses”, disse o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto.
A unidade de Bambuí será modernizada e vai duplicar a sua capacidade de estocagem e deve aumentar a área plantada dos atuais 8 mil hectares para 30 mil hectares, além de contratar aproximadamente 1 mil novos funcionários até 2012 (Agência Brasil, 1/4/10)
Embaixadas brasileiras querem intensificar negócios com etanol de cana na Europa
Para apoiar a indústria sucroenergética do Brasil a conquistar novas oportunidades comerciais no mercado europeu, representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e funcionários contratados por consulados e embaixadas brasileiras em 19 países europeus estiveram na última terça-feira (30/03) na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Durante a visita o grupo obteve mais informações sobre as perspectivas de produção do setor para os próximos anos.
“Os dados obtidos na UNICA reforçam os argumentos em favor do etanol brasileiro, consolidando ainda mais a presença do biocombustível na Suécia,” afirmou Ana Murphy, representante diplomática na embaixada brasileira em Estocolmo. A Suécia é um dos principais e mais tradicionais consumidores do etanol brasileiro na Europa.
Como exemplo da integração bilateral, Murphy citou o projeto BioEthanol for Sustainable Tranport (BEST), que desde 2007, graças a uma parceria entre empresas brasileira e européias, mantém cerca de 400 ônibus rodando com uma mistura de 95% de etanol de cana em Estocolmo.
Para Romero Brito, da embaixada do Brasil em Londres, o principal desafio do etanol de cana na Europa são as barreiras comerciais e a desinformação gerada em relação aos benefícios sócio-econômicos e ambientais do biocombustível brasileiro. “Há muita dificuldade nesse sentido. Existe muita desinformação, ou informações distorcidas propositadamente, caso do mito de que a expansão da cana influencia negativamente na produção de alimentos,” ressaltou.
ESTRATÉGIA COMERCIAL
A vinda do grupo ao Brasil faz parte de um programa de treinamento coordenado pelo MRE, cujo objetivo é preparar seus representantes na promoção de produtos brasileiros no exterior. A delegação faz parte da Secretaria de Promoção Comercial, chamadas de Secoms, espalhadas por 53 postos estratégicos para Brasil no mundo.
Além de oferecer suporte às empresas brasileiras em busca de novos negócios, as Secretarias atuam na participação de empresários em feiras, missões e eventos. Os adidos diplomáticos também terão de produzir pesquisas e análises de competitividade e concorrência dos produtos brasileiros no exterior.
Na opinião de Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da UNICA, o aprendizado dos representantes diplomáticos na UNICA é fundamental para a promoção do combustível renovável brasileiro em outros países. “Por fazerem parte do corpo consular ou da equipe das representações diplomáticas do Brasil em países europeus, importante que estejam bem alinhados com a atuação e os anseios do setor privado. O segmento sucroenergético, mais especificamente a UNICA, tem desenvolvido uma série de ações por meio de seus escritórios no exterior, e esta parceria com o MRE é fundamental para melhorarmos as exportações brasileiras de etanol na Europa e em outras regiões.”
Na UNICA, a delegação foi recebida por por Nayana Rizzo, relações institucionais da entidade. Todos os temas ligados à produção e utilização de etanol no País, desde o seu início, na década de 1970, quando houve a implantação do Programa Brasileiro do Álcool (Próalcool) até os dias atuais, foram abordados durante o encontro (Unica, 1/4/10)