Combate à aftosa mudou e produtores se surpreendem
A mudança na política adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para certificação sanitária sobre a erradicação da febre aftosa no país atrasará em oito meses o avanço do Maranhão rumo à erradicação da doença.
O estado, que aguardava para este mês o resultado de auditagem que o levaria à condição de zona livre de febre aftosa com vacinação, terá agora de esperar até dezembro, quando o Ministério da Agricultura divulgará avaliação conjunta sobre todos os estados do Nordeste.
Em uma reunião no fim de mês de fevereiro com representantes e técnicos de todas as unidades de Defesa Agropecuária do Nordeste, o Ministério da Agricultura decidiu que todos os estados nordestinos se equipararam ao Maranhão, ou seja, todos são de médio risco. Em dezembro de 2010, todos eles receberão conjuntamente uma certificação nacional de zona livre de aftosa e uma certificação internacional a ser concedida no mês de maio de 2011 , explicou o diretor da Agência Estadual de Defesa Agropecuária para a Região Tocantina (Aged), Marcélio Cangussu.
A mudança foi informada em novembro de 2009, após auditagem de técnicos do Ministério da Agricultura no rebanho bovino do Maranhão e reafirmada em fevereiro deste ano.
Vantagens – Cangussú ressaltou que a medida é vantajosa por garantir a saída em bloco dos estados nordestinos da zona de médio risco, além de acrescentar uma certificação internacional. Mesmo assim, não conseguiu esconder a frustração da classe produtora quanto à mudança.
Lógico que o nosso sonho de produtor rural era que tivéssemos a certificação de zona livre, a liberação da comercialização da carne já em abril ou maio, mas não foi possível por orientação do Ministério, que quer que os estados do Nordeste saiam juntos em dezembro, o que é bom para o produtor , ressaltou o diretor da Aged em Imperatriz.
Cangussú disse que a definição de um prazo para o cumprimento de todas as exigências do Ministério da Agricultura e Pecuária (dezembro de 2010) é um ponto muito animador aos produtores.
O Maranhão está avançado porque cumpriu todas as exigências feitas pelo ministério à Aged. Em dezembro nós estaremos com a certificação , garantiu o diretor.
Embora não tenha registrado casos de febre aftosa há cerca de 10 anos, os produtores maranhenses ainda terão de se contentar com a comercialização da carne bovina apenas para os estados que se encontram nas mesmas condições do Maranhão como Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
A situação confortável do estado no processo de erradicação da doença se deve à boa participação dos pecuaristas nas últimas campanhas de vacinação, especificamente na realizada no ano passado, quando apenas meio por cento deixou de imunizar o rebanho , explicou o diretor.
Nos 15 municípios da Regional de Imperatriz (durante a campanha de vacinação do ano passado), os produtores cumpriram seu papel. Alguns imunizaram 100% do rebanho, situação superior até a estados como Minas Gerais.
Campanhas – A Aged anunciou, para o início do mês que vem, a primeira etapa, deste ano, da Campanha de Vacinação contra a febre aftosa. A fiscalização continuará rígida nas barreiras sanitárias da região, assim como está acontecendo em relação à campanha do ano passado.
Marcélio Cangussú atribuiu a boa relação da direção da Aged com os produtores ao alto índice de vacinação em todo o estado. Mesmo assim, destacou que alguns produtores foram denunciados ao Ministério Público Estadual (MP) por não terem vacinado seus rebanhos.
Informações
– O Maranhão está há cinco anos na condição de zona de médio risco. Pelo sistema antigo do Ministério da Agricultura, avançaria para zona livre de febre aftosa com vacinação.
– 10.799 produtores estão na Região Tocantina.
– A Aged também está preparando para o mês de agosto a primeira etapa de uma campanha de vacinação contra brucelose. Essa imunização será para bezerras.
06/04/2010
Fonte:O Estado do Maranhão