Cosan quer ampliar serviços no comércio externo de açúcar

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08/04/10 – A Cosan, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, pretende expandir sua atuação no comércio internacional de açúcar por meio de serviços adicionais como contratação de frete e venda direta ao consumidor final.
Segundo o vice-presidente da Cosan SA, Colin Butterfield, que assumiu o comando da divisão Cosan Alimentos há pouco mais de um mês, a empresa atualmente vende açúcar na modalidade FOB Santos, deixando para as tradings os serviços de transporte e os contatos com compradores no exterior.
“Queremos passar a ser algo mais próximo de uma trading, passar a agregar novas metodologias, novos riscos e novas arbitragens”, disse Butterfield durante evento promovido pela companhia em São Paulo, nesta quinta-feira.
Segundo ele, o volume de açúcar negociado pela empresa, em torno de 4 milhões de toneladas, é equivalente ao movimentado por grandes tradings globais.
“Hoje vendemos FOB Santos e as tradings levam para os destinos… Estamos pensando em como agregar mais valor à nossa commodity.”
Butterfield afirmou que a companhia “tomou um susto” com o tamanho da queda do preço do açúcar nos últimos 50 dias, quando o produto foi de aproximadamente 30 centavos de dólar por libra-peso para 16 centavos.
“Esperávamos que era para estabilizar em um patamar menor, mas a velocidade da queda nos surpreendeu”, afirmou, acrescentando que trabalha com cenário de consolidação dos valores em torno dos níveis atuais.
MERCADO INTERNO
O executivo afirmou que para o mercado interno a estratégia é deixar de ser uma empresa só de açúcar, adicionando outros gêneros alimentícios ao portfólio, aproveitando a capilaridade de distribuição que a Cosan já possui, servindo cerca de 12 mil estabelecimentos.
“Agregar novos produtos faz sentido, pois temos capilaridade, temos a marca e temos a força de venda”.
Segundo ele, a idéia de levar outros produtos para o varejo pode se dar por meio de parceiros, para aproveitar a malha existente, ou com produção própria utilizando as marcas da empresa, como a União.
Para ele, faria todo sentido, por exemplo, um achocolatado da marca União, tradicional nome no varejo de açúcar.

Roberto Samora
Fonte: Reuters