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Comércio eletrônico da carne bovina

 
carne_picanha1A partir do próximo dia 12 uma novidade toma conta da cadeia produtiva da carne. É o comércio eletrônico, que chega ao campo e promete trazer mais segurança aos pecuaristas na hora de vender o produto. Já funcionando em caráter experimental, a Bolsa de Carnes do Brasil, criada pela Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), garante pagamento antecipado da arroba do boi gordo. Um “prato bem cheio” aos criadores de gado após período conturbado nas relações comerciais com os frigoríficos, os quais passaram por uma crise econômica no último ano e geraram grandes dívidas com os produtores.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, o comércio eletrônico da carne é mais democrático e vai trazer mais transparência e segurança ao negócio. “Esse novo modelo vai mudar a história da pecuária”, analisou Prado, durante pré-lançamentodo sistema na tarde desta terça-feira (6) na sede da Federação.
Carlos Eduardo Dupas, vice-presidente da BBM e responsável pela regional de Campo Grande, onde o projeto foi gerado, afirma que o Brasil é o único país do mundo em que carne bovina e cereais não são pagos à vista. Com o comércio eletrônico o cenário será outro, já que o boi só sairá dos pastos com o pagamento depositado. Dupas também acredita que o negócio dará igualdade de oportunidades entre os pequenos e grandes pecuaristas.
Edílson Alcântara, assessor de novos produtos da BBM, ressalta que o modelo não tem apenas o cunho de proteger o produtor bovino, mas melhorar de maneira geral o sistema vigente no mercado. Ele explica que o comprador poderá consultar todas as ofertas pela internet e, definida a compra, o frigorífico já envia 90% do valor do produto para a BM&FBovespa antes do embarque da boiada, a qual será autorizada pela Bolsa. As transações serão feitas por corretores credenciados, os quais receberão 0,5% de cada uma das partes, os pecuaristas e frigoríficos.
O sistema pontua muitas vantagens ao produtor, como garantia de recebimento, preços mais justos e tranquilidade para negociar e aumentar plantel. Para o lado dos frigoríficos, as vantagens apresentadas são a democratização, já que pequenos e grandes empresas terão as mesmas oportunidades de negócio; a certeza de entrega de animais pelo preço acertado, facilidade para montar escala de abate, regularidade de oferta e melhor gestão no processo de compra do gado.
Paulo Pacheco, Gerente de Bovinos da Sadia, acredita que o comércio eletrônico da carne é um bom negócio para os pecuaristas, mas tem dúvidas de como será para os frigoríficos. Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), diz que o modelo é uma ideia nova e muito interessante, em um momento bastante oportuno, já que elimina os riscos de inadimplência. “Esse tipo de mercado é muito fiscalizado, com regras claras e rígidas, além de corretores sérios. Mas, todo produto novo precisa de um tempo de adaptação”, prevê Vacari.
 

07/04/2010

Fonte:Olhar Direto