Comércio eletrônico da carne bovina
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Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, o comércio eletrônico da carne é mais democrático e vai trazer mais transparência e segurança ao negócio. “Esse novo modelo vai mudar a história da pecuária”, analisou Prado, durante pré-lançamentodo sistema na tarde desta terça-feira (6) na sede da Federação.
Carlos Eduardo Dupas, vice-presidente da BBM e responsável pela regional de Campo Grande, onde o projeto foi gerado, afirma que o Brasil é o único país do mundo em que carne bovina e cereais não são pagos à vista. Com o comércio eletrônico o cenário será outro, já que o boi só sairá dos pastos com o pagamento depositado. Dupas também acredita que o negócio dará igualdade de oportunidades entre os pequenos e grandes pecuaristas.
Edílson Alcântara, assessor de novos produtos da BBM, ressalta que o modelo não tem apenas o cunho de proteger o produtor bovino, mas melhorar de maneira geral o sistema vigente no mercado. Ele explica que o comprador poderá consultar todas as ofertas pela internet e, definida a compra, o frigorífico já envia 90% do valor do produto para a BM&FBovespa antes do embarque da boiada, a qual será autorizada pela Bolsa. As transações serão feitas por corretores credenciados, os quais receberão 0,5% de cada uma das partes, os pecuaristas e frigoríficos.
O sistema pontua muitas vantagens ao produtor, como garantia de recebimento, preços mais justos e tranquilidade para negociar e aumentar plantel. Para o lado dos frigoríficos, as vantagens apresentadas são a democratização, já que pequenos e grandes empresas terão as mesmas oportunidades de negócio; a certeza de entrega de animais pelo preço acertado, facilidade para montar escala de abate, regularidade de oferta e melhor gestão no processo de compra do gado.
Paulo Pacheco, Gerente de Bovinos da Sadia, acredita que o comércio eletrônico da carne é um bom negócio para os pecuaristas, mas tem dúvidas de como será para os frigoríficos. Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), diz que o modelo é uma ideia nova e muito interessante, em um momento bastante oportuno, já que elimina os riscos de inadimplência. “Esse tipo de mercado é muito fiscalizado, com regras claras e rígidas, além de corretores sérios. Mas, todo produto novo precisa de um tempo de adaptação”, prevê Vacari.
07/04/2010
Fonte:Olhar Direto
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