06/04/10 – Empresas paulistas investem na produção de energia a partir do bagaço da cana para cumprir legislação ambiental do Estado. Porém, especialistas alertam que nem todos os projetos de cogeração de energia podem ser economicamente viáveis. Para ser autosuficiente em energia, a empresa de produtos químicos Lanxess investiu R$ 20 milhões na planta de Porto Feliz, no interior de São Paulo. Foi instalada uma usina de cogeração que utiliza a queima do bagaço da cana-de-açúcar. Aqui, o projeto se tornou viável porque a unidade está em uma área próxima a indústrias de açúcar e etanol. A usina de cogeração produz 4,5 megawatts por hora. É o suficiente para abastecer mais de cinco mil casas de família e uma fábrica de quase nove mil metros quadrados. A empresa prefere não falar o quanto economiza com a cogeração, mas destaca os benefícios ambientais com o uso do bagaço da cana. O presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia de São Paulo (Cogen), Carlos Roberto Silvestrini, afirma que existe uma corrida das indústrias paulistas na direção da sustentabilidade. O Estado mais industrializado do país é também o maior poluidor. Em novembro do ano passado, foi definido por lei o corte de 20% nas emissões de CO2 até 2020, usando como base os dados de 2005 de 122 milhões toneladas de CO2 por ano. O bagaço de cana-de-açúcar só tem a contribuir com estas metas, mas o especialista alerta que projetos de cogeração são viáveis apenas para uma pequena parcela das empresas. Na opinião de Silvestrini, as próprias usinas de açúcar e álcool deveriam produzir a energia de biomassa e fornecer à rede elétrica. Para ele, é a forma mais econômica. Segundo dados da Cogen, 45 usinas já comercializam energia. Cada tonelada de cana produz 200 quilos de bagaço. Em uma safra de 600 milhões de toneladas de cana como a atual, o que não vai faltar é matéria prima. |