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Etanol brasileiro: combustível avançado -Luiz Otávio Koblitz

O Brasil é considerado o país mais avançado tecnologicamente na produção e no uso do etanol como combustível, são 27 bilhões de litros por ano a partir da cana-de-açúcar e, para cada 9,3 litros produzidos, consome na colheita e transporte da cana e do etanol, 1 litro de combustível fóssil. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais, são 40 bilhões de litros por ano a partir do milho. Porém, sua performance ambiental é 6,6 vezes inferior à brasileira – para cada 1,4 litros de etanol produzidos, consome na colheita, transporte e sobretudo no processo industrial, 1 litro de combustível fóssil. A cana usa no processo industrial o bagaço, enquanto que o etanol do milho, óleo combustível ou gás natural.
O etanol pode ser obtido através de diversas fontes: cana-de-açúcar, milho, beterraba, trigo, etc… Porém, segundo relatório divulgado em março deste ano pelo Fórum Internacional de Energia (IEF), o produzido através de cana-de-açúcar no Brasil é o único biocombustível de primeira geração que não apresenta problemas. O relatório divulgou também que este tipo de etanol contribui com a segurança, proteção ambiental e climática. Ainda segundo a IEF, fixar metas ambiciosas sem se assegurar da sustentabilidade de obtê-las, como foi o caso para a maioria dos outros biocombustíveis de primeira geração, pode gerar incertezas de abastecimento. Os Estados Unidos estão desenvolvendo o etanol de segunda geração, que é extraído diretamente da biomassa como madeira, bagaço de cana, folhas de plantas, etc. Serão ainda necessários alguns anos para que essa possibilidade se torne economicamente uma viável.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA divulgou, em fevereiro de 2010, um documento atestando que o etanol produzido através da cana-de-açúcar reduz a emissão de dióxido de carbono (CO2) em 61% em relação ao uso de gasolina, qualificando-se como combustível avançado. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a análise final da EPA abre caminhos para o Brasil exportar até 2020, entre 15 e 40 bilhões de litros de etanol. Haja cana!
(Luiz Otávio Koblitz, diretor-presidente da Areva Koblitz)