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Região de Ribeirão Preto amplia veto a caminhões de cana

A exemplo de outros municípios, Barretos e Batatais irão barrar a passagem dos veículos em seus perímetros urbanos. Governos argumentam que restrições têm intuito de dar mais segurança aos moradores e conservar o asfalto de ruas e avenidas.
No início de mais uma safra da cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto, que tem o setor sucroalcooleiro como um dos principais pilares de sua economia, prefeituras estão proibindo nas áreas urbanas a circulação de caminhões usados para escoar o produto.
Entre as novas cidades que aprovaram restrições aos veículos estão Batatais e Barretos, seguindo outros municípios que já haviam criado regras semelhantes, como Altinópolis, Taquaritinga e Morro Agudo.
Os argumentos dos governos para restringir o tráfego dos caminhões na área urbana são a segurança dos moradores e a conservação da malha viária.
“Os caminhões passam arrebentando fios, causando sujeira, danificando o asfalto, sem falar no risco de acidentes”, disse o diretor da Divisão de Trânsito de Batatais, José Valter Craco. Na cidade, a proibição vai valer a partir do dia 25.
A colocação de placas e faixas informando sobre o veto começará na próxima segunda-feira, em sete vias. Os trechos foram escolhidos de maneira a barrar completamente o acesso dos caminhões à malha urbana. Com isso, os veículos terão que, obrigatoriamente, usar as estradas rurais.
“Nós temos uma malha de terra que dá acesso às rodovias e pode ser usada pelos caminhões”, afirmou Craco. A punição ao descumprimento, segundo o diretor, será pelo Código de Trânsito Brasileiro -multa grave de R$ 127,69.
Em Barretos, a lei aprovada pela Câmara também proíbe o acesso dos veículos ao perímetro urbano, mas a regra só começará a valer em 2011. O prazo foi definido, segundo o vereador Videlson Paixão Leite Júnior (PTB), autor do projeto, para que haja tempo hábil para a criação de rotas alternativas.
“Não é nosso objetivo criar problemas para o produtor, mas os caminhões dentro da cidade causam transtornos”, diz Leite Júnior. A lei aprovada prevê multa de R$ 2.000 por caminhão -até R$ 50 mil em caso de reincidência-, cujo valor deve ser revertido para a Santa Casa de Barretos.
Em Altinópolis, onde a lei que veta os caminhões já existe desde o ano passado, o prefeito Marco Ernani Hyssa Luiz (PMDB) disse que a regra vem sendo cumprida.
Já em Taquaritinga, onde a lei também existe, o diretor de Trânsito Neudenir Jeter Pedrassolli disse que, apesar de barrar os caminhões na área urbana, a prefeitura deu opções para os caminhoneiros. “Alargamos trechos de estradas rurais, fizemos desvios, construímos pontes.”
Em Pontal, o prefeito Antônio Frederico Venturelli Júnior (DEM) disse que não barrou por meio de lei o tráfego dos caminhões, mas que busca R$ 2 milhões para concluir o trecho sul do anel viário da cidade. “É região onde os caminhões ainda entram na cidade.”
Procurada para falar sobre a proibição ao tráfego dos caminhões de cana, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) informou que o assunto será avaliado por seu departamento jurídico e, só então, a entidade deverá se manifestar (Folha de S.Paulo, 9/4/10)