RELIANCE CHEGA AO BRASIL DE OLHO EM ETANOL E PETRÓLEO

Após uma longa temporada de ensaio, a indiana Reliance finalmente vai aterrissar no Brasil. Até julho, a empresa formalizar a criação de sua subsidiária no país, com sede em São Paulo. Um grupo liderado por cinco executivos da holding já trabalha na elaboração de um plano estratégico para a Reliance do Brasil. A estimativa é que os investimentos no país possam chegar a US$ 2,5 bilhões. Os indianos vão se concentrar em duas áreas de negócio: petróleo e etanol. De um lado, a Reliance pretende comprar participações em blocos petrolíferos já em operação, com prioridade para áreas de exploração em águas profundas; do outro, adquirir o controle de usinas sucroalcooleiras. Neste caso, já teriam ocorrido conversas com o Grupo Furlan, dono de duas plantas de álcool e açúcar nas cidades de Avaré e Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. O grupo se movimenta também para a compra de outras quatro usinas de menor porte, duas delas no Mato Grosso do Sul e duas na Região Nordeste. Ainda neste setor, a Reliance estuda entrar na logística do etanol, com a construção de um alcoolduto e de um terminal marítimo, cuja maior finalidade será o embarque do combustível para o mercado asiático.
O próprio bilionário indiano Mukesh Ambani, acionista majoritário da Reliance,deverá vir ao Brasil para anunciar oficialmente a chegada do grupo. A entrada no país é prioridade na estratégia internacional de negócios da companhia, seja pelo potencial exploratório do pré-sal, seja pela capacidade de produção sucroalcooleira. A venda de biocombustíveis é uma das grandes apostas da Reliance.O próprio Ambani tem feito uma campanha para que o governo indiano estabeleça um percentual para a adição de etanol à gasolina. As autoridades locais estudam autorizar a mistura, mas com algumas condicionalidades à importação do combustível. A principal delas prevê que grupos estrangeiros com plantas construídas no país vão ter prioridade para a venda de etanol. Não por acaso, a própria Reliance tem planos de atrair empresas brasileiras para a construção de usinas na Índia. (Relatório Reservado, 7/4/10)