Cientistas da Embrapa avançam em clonagem de pupunheira na Amazônia
Com a técnica, a partir de pequenos pedaços da folha da palmeira os cientistas poderão criar, em um curto espaço de tempo, dezenas de mudas geneticamente idênticas à planta mãe. O protocolo indica os procedimentos que devem ser feitos em laboratório e vai facilitar o trabalho de melhoramento genético da pupunheira, da qual fruto e palmito fazem parte da culinária típica da Amazônia.
A principal inovação do protocolo é a parte da planta utilizada para dar início ao pocesso de clonagem, chamada de explante. Foram retiradas pequenas partes da nervura mediana de folhas não expandidas, que ficam no palmito da pupunheira. O material foi colocado em meio de cultura e recebeu carga de reguladores de crescimento que atuam de forma análoga a hormônios. O resultado foi o desenvolvimento de calos, formados por células que têm a capacidade de se especializar em diferentes outros tipos de célula e de originar a uma nova planta.
“Esse explante se mostrou altamente eficiente, tanto que em apenas 10 dias já se pôde obervar a indução de calos, o que é um tempo bastante curto”, explica o pesquisador Maurício Reginaldo Alves dos Santos, da Embrapa Rondônia, coordenador do projeto. Para se chegar a esse resultado, foram testadas 16 diferentes concentrações de indutores de crescimento. A composição mais eficiente está especificada no protocolo, que é semelhante a uma receita e que pode ser seguida por outros cientistas.
Chamada de propagação vegetativa in vitro ou micropropagação, a técnica é utilizada para clonagem de diversas espécies, porém ainda são poucos os estudos realizados com pupunheira, de acordo com o pesquisador Maurício Santos. Com a descoberta, será possível, a partir dos calos, induzir o brotamento e produzir mudas em laboratório.
Uma das vantagens da micropropagação é a rapidez com que se consegue os clones. Isso agiliza as pesquisas de melhoramento genético porque se consegue produzir rapidamente populações inteiras de clones para testes em campo. Outro uso potencial da técnica é a produção em larga escala de mudas com alta qualidade sanitária.
Os pesquisadores trabalham agora para obter brotações a partir dos calos. O objetivo é estabelecer um protocolo para todo o processo de micropropagação para pupunheira. Os testes são realizados no Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Rondônia, uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os resultados devem ser publicados em revistas científicas especializadas e em publicações da Embrapa
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